Como o príncipe Philip ajudou a solucionar o mistério da execução dos Romanov
Aventuras Na História
Após meses de expectativa, a Netflix lançou a tão esperada quinta temporada de 'The Crown', que mistura ficção e fato ao reproduzir momentos que marcaram a corte da rainha Elizabeth II, falecida em setembro deste ano.
Retratando aquele que foi descrito como um dos períodos mais difíceis pela rainha, a série mostra os escândalos que enfraqueceram a imagem da monarquia na década de 90, como os conturbados divórcios dos filhos de Elizabeth e o trágico incêndio que devastou o Palácio de Windsor.
Contudo, um episódio em específico faz uma verdadeira viagem história ao excluir as por um momento as crises matrimoniais que assombraram a corte da rainha. O episódio de número 6 da série, 'Casa Ipatiev', mostra um fato já conhecido por muitos: a ligação entre a família real britânica e a dinastia russa dos Romanov.
A bisavó paterna de Elizabeth II, a rainha Alexandra, tem origem na realeza da Dinamarca. Ela foi casada com o rei Edward VII, enquanto a irmã, Maria, casou com o czar russo Alexandre. Nicolau II, filho de Maria, se tornou o último czar da dinastia, e primo de primeiro grau de George V, o avô de Elizabeth II.
Alerta spoiler!
Sem entrar em muitos spoilers, o episódio que mistura fato e ficção mostra como a família real ignorou uma tentativa de salvar os Romanov da morte e faz um interessante paralelo com a rainha Elizabeth II.
Isso porque na série, vale destacar, a rainha pede que os Romanov tenham um enterro digno. Afinal, quando executados pelos bolcheviques em 17 de julho de 1918, os corpos dos últimos czares e seus filhos foram jogados em valas comuns e só acabaram sendo recuperados em 1979.
Somente em 1991 os restos mortais passaram pela importante exumação, que poderia confirmar a identidade do que foi revelado durante as escavações. E assim Philip teve um papel fundamental.
Por ser sobrinho-neto da czarina Alexandra, esposa de Nicolau II, o DNA de Philip foi importante para confirmar a identidade dos Romanov. Entre os anos de 1993 e 1995, conforme repercutido pelo Observador, o marido da rainha Elizabeth II recebeu um pedido para que doasse amostras de sangue. Quando recolhidas, o resultado confirmou que os corpos, de fato, eram os da família executada.
Ao The Telegaph, um porta-voz ressaltou que “esta investigação foi uma das primeiras ocasiões onde a análise forense de DNA foi usada para resolver um caso histórico”.
O material de Philip
Peter Gill, um especialista em genética que trabalhava no Serviço de Ciência Forense do Reino Unido, analisou os restos mortais, e destacou como o material genético de Philip foi usado durante a pesquisa.
"Para determinar se os restos pertenciam aos Romanov, precisávamos compará-los com amostras de parentes. Tivemos a sorte de obter amostras de sangue de Sua Alteza Real o Príncipe Philip, Duque de Edimburgo, descendente direto da czarina Alexandra. Amostras também foram obtidas do duque de Fife e da princesa Xenia Cheremeteff Sfiri, que são parentes do czar. Os restos correspondiam aos seus parentes reais vivos e, portanto, sabíamos que tínhamos encontrado os ossos dos Romanov", escreveu ele no Blog Science Museum em 2018.