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Conclave: entenda como funciona o processo 'secreto' de escolha do papa
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Conclave: entenda como funciona o processo 'secreto' de escolha do papa

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Aventuras Na História
20/01/2025 22h00
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©Getty Images
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Um dos filmes mais comentados e elogiados de 2024, 'Conclave' chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 23, e é apontado como um dos fortes candidatos ao Oscar 2025.

Dirigido por Edward Berger (responsável por 'Nada de Novo no Front', de 2022), o longa acompanha um dos processos de votação mais antigos e secretos de toda a Igreja Católica, o conclave, quando ocorre a eleição de um novo papa.

"O Cardeal Lawrence é encarregado de executar o processo secreto de escolha do novo sumo pontífice após a morte inesperada do amado Papa. Uma vez que os líderes mais poderosos da Igreja Católica se deslocaram de todas as partes do mundo e estão trancados nos salões do Vaticano, Lawrence encontra-se no centro de uma conspiração e descobre um segredo capaz de abalar a própria fundação da Igreja", descreve a sinopse da produção.

Embora de tempos em tempos o conclave aconteça no Vaticano, o processo tem seus moldes definidos há vários séculos. Quando o papa renuncia a sua função ou morre, o sucessor é eleito pelos cardeais reunidos na Capela Sistina, isolados do mundo exterior. Entenda a seguir mais detalhes sobre esse processo!

Definindo o formato

Conforme repercute o Correio Braziliense, não há nada no Evangelho que indique como deve ocorrer a escolha do sucessor do papa. Por isso, após séculos de intervenção de soberanos, famílias poderosas ou das forças armadas, o papa Nicolau II reagiu em 1060, publicando um texto — a bula 'In Nomine Domini' — que codifica permanentemente como deveria ser a eleição de um Santo Padre, deixando-o a cargo exclusivamente dos cardeais.

Esse formato seguiu praticamente inalterado, até que, em 21 de novembro de 1970, o papa Paulo VI fez alterações e definiu as características que ainda existem. Foi definido, por exemplo, que a idade máxima que um cardeal poderia ter para participar da eleição era de 80 anos, e o máximo de cardeais eleitores é 120.

Em fevereiro de 1996, o papa João Paulo II confirmou essas regras na constituição apostólica "Universi Domini Gregis", e, nas últimas duas décadas, o colégio de cardeais vem se tornando cada vez mais internacional — tanto que Francisco, o atual papa, é argentino.

Papas Paulo VI e João Paulo II, respectivamente / Crédito: Getty Images

Isolamento

O que torna os conclaves tão secretos não é o seu formato ou como ocorrem as cerimônias, mas sim que, enquanto ocorre, todos os cardeais elegíveis e envolvidos na votação devem ficar isolados de toda pressão externa, para garantir que as decisões não sejam influenciadas, o que o filme retrata de maneira curiosa.

Isso ocorre desde 1271, quando os cardeais organizados em Viterbe, na Itália, não conseguiram chegar a um acordo para o sucessor de Clemente IV e, presos pelos cristãos, foram mantidos apenas com pão e água para que elegessem mais rapidamente um novo papa.

Eleito na ocasião, Gregório X, acabou instituindo a prática do isolamento como regra, com exceção da limitação de os cardeais só terem acesso a pão e água. Para isso, mudanças especiais foram feitas no Vaticano, para que o isolamento também possibilite conforto, devido à idade avançada de muitos deles.

Vale mencionar ainda que os conclaves duram pelo menos 15 dias, e no máximo 20, após a morte ou renúncia de um papa. Durante o período, os cardeais fazem orações em cortejo desde a Capela Paulina até a Sistina. Após esse período, as portas são fechadas e o isolamento total é iniciado.

Cardeais na Capela Sistina em 2005 durante conclave para eleger novo papa, que escolheu Bento XVI / Crédito: Getty Images

Eleição do papa

Nos momentos de votação, uma regra importante é que nenhum cardeal tem o direito de votar em si, e todos devem, um de cada vez, prestar juramento de respeito ao voto secreto e aceitar o resultado sem contestar. Eles juram, igualmente, que aquele que for eleito não renunciará jamais a reivindicar a plenitude dos direitos de pontífice romano.

Essa eleição ocorre dentro da Capela Sistina, com um total de duas votações pela manhã, e outras duas à noite. Após cada voto ser contabilizado, a cédula é queimada e, no fim, o cardeal que receber, pelo menos, dois terços dos votos é eleito — em caso de impasse, o que pode decidir é uma votação pela maioria absoluta.

Finalmente, quando chegam a um resultado, o decano dos cardeais pergunta ao eleito se ele aceita a posição e, caso concorde, torna-se papa, ou seja, o grande líder do mundo católico.

Em seguida, o papa deve declarar o nome que escolheu como pontífice — por exemplo, embora o atual papa seja conhecido como Francisco, seu nome, na verdade, é Jorge Mario Bergoglio.

Papa Francisco / Crédito: Getty Images

Por fim, depois que o processo de votação é encerrado, um fogareiro é instalado na Capela Sistina, por onde a multidão de fiéis que sempre se forma na Praça de São Pedro — bem como repórteres de todo o mundo — aguarda ansiosamente pela fumaça que indica o que aconteceu.

Se a fumaça for preta, quer dizer que ainda não há um eleito; mas se for branca, finalmente um novo papa foi escolhido.

Com cenas impressionantes, o filme 'Conclave' chega nesta quinta-feira, 23, aos cinemas brasileiros.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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