Confira a origem de 5 expressões brasileiras famosas
Aventuras Na História
Expressões populares fazem parte de nosso dia a dia e, em muitas ocasiões, servem para descrever uma situação, o comportamento de uma pessoa ou até mesmo algo habitual em nossas vidas.
Embora muito populares, muitas possuem uma origem pouco conhecida pelas pessoas. Afinal, de onde surgiu a expressão ‘bicho de sete-cabeças’? E o tradicional ‘pão-francês’? Conheça!
1. A sete chaves
Em 'Canção da América', Milton Nascimento cita o seguinte verso: "Amigo é coisa pra se guardar / Debaixo de sete chaves / Dentro do coração / Assim falava a canção / Que na América ouvi".
A expressão 'guardado a sete-chaves' é usada no sentido de dizer que algo está muito bem protegido. Segundo o Brasil Escola, o termo remete aos momentos finais da Idade Média, durante o processo de formação de monarquias.
Afinal, durante o período, os segredos e tesouros de Estado eram guardados de forma cuidadosa, visto que ainda não existiam os bancos. Assim, esses itens eram guardados em baús que possuíam mais de uma fechadura e as várias chaves eram dadas para pessoas diferentes, só permitindo sua abertura com o consentimento de todas.
Acredita-se que os baús eram protegidos apenas por quatro chaves e que o número sete foi utilizado muito mais por seu significado místico do que qualquer outra coisa.
2. Bicho de sete cabeças
Outra expressão que se tornou música por aqui foi 'Bicho de Sete Cabeças', apresentada por Zé Ramalho no álbum 'Avôhai Ao Vivo No Rio', de 1978. Na rotina, a expressão é usada para classificar algo difícil de ser feito, que exige muito esforço.
Segundo a Revista Recreio, a expressão tem ligação com a mitologia grega, mais precisamente com a Hidra de Lerna, o terrível mostro que assoprou o guerreiro Ulisses — e o segundo entre os doze trabalhos de Hércules.
Em algumas versões da história, a perigosa serpente marinha possuia sete cabeças — em outras nove. Além disso, segundo a história, sempre que uma delas era cortada, duas cresciam em seu lugar. Um trabalho nada fácil, não é mesmo?
3. Pão-francês
Na mesa de café da manhã de boa parte dos brasileiros, o tradicional pão-francês é personagem que não pode faltar. Mas a grande verdade é que o alimento sequer surgiu na França, onde o croissant é muito mais popular.
A explicação para o 'pão-francês' remete ao século 19, conforme explicou o chefe franco-brasileiro Erick Jacquin no quadro 'Minha Receita', da TV Bandeirantes.
+ Por que o pão francês tem esse nome? Alimento amado pelos brasileiros não surgiu na França
Acontece que, naquela época, a elite brasileira era fascinada pela cidade de Paris, tanto por sua cultura e civilização, quanto por sua culinária. O país era um destino certeiro para quem viajava para turismo ou até mesmo para estudar.
E quando os brasileiros voltavam para sua terra natal, alegavam que o pão na França era diferente do pão vendido no Brasil e tentavam passar a receita para os padeiros tupiniquins fazerem algo parecido. Com isso surgiu o brasileiríssimo 'pão-francês'.
4. Pão-duro
E não é só o pão-francês que possui uma história curiosa no Brasil. Aqui quando queremos chamar alguém de avarento ou coisa do tipo, certamente falamos que essa pessoa é 'pão-duro'.
Segundo o site do Governo do Estado de São Paulo, a expressão tem origem em uma peça teatral de Amaral Gurgel — que se baseou na lenda de um morador de rua que viveu no Rio de Janeiro em meados do século 20.
Acontece que o suposto homem abordava as pessoas como os pedintes fazem, e se contentava até mesmo com um pedaço de pão duro.
Quando esse personagem morreu, descobriram que ele não era um necessitado, mas sim uma pessoa que acumulava um grande patrimônio e fazia de tudo para não gastá-lo.
5. Botar a mão no fogo
Quando você confia muito na inocência de alguém, muitos costumam dizer que 'botariam a mão no fogo' por ela. E a expressão surgiu também na Idade Média.
Naquela época, existia a chamada 'prova do ferro caldo', uma forma de testar a inocência de uma pessoa, explica matéria da Revista Recreio. Assim, sempre que alguém era acusado de algo e precisava provar sua inocência, essa pessoa era submetida a pegar em uma barra de ferro em brasa.
A mão da pessoa era envolvida em estopa e selada com cera quente. Depois de três dias, a atadura era aberta: se a pessoa estivesse com a mão ilesa, ela estaria falando a verdade; caso a mão estivesse queimada, ela era uma mentirosa.