Conheça Peter Stumpp, o 'Lobisomen' que assombrou a Alemanha
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Monstros podem ser criações da imaginação, mas os crimes que inspiram suas lendas são, muitas vezes, surpreendentes. A história de Peter Stumpp, um fazendeiro alemão do século 16, é um exemplo arrepiante de como a linha entre mito e realidade pode se confundir, deixando um rastro de terror e mistério que permanece vivo na memória popular.
Stumpp, que viveu em Bedbur, Alemanha, no final dos anos 1500, foi acusado de uma série de assassinatos brutais, incluindo o de 13 crianças, dois homens, três mulheres e até mesmo de seu próprio filho, repercute a Revista People.
Os relatos da época o descreviam como um monstro, um lobisomem que se transformava em fera para saciar sua sede de sangue. Mas, as acusações não se resumiam apenas a assassinatos, o homem também foi acusado de estupros e até mortes de gados.
A história do fazendeiro ganhou notoriedade na época, com a distribuição de panfletos que detalhavam seus supostos crimes e alegações de um espírito anormal. Um dos livretes acusava-o de incesto, alegando que ele tinha um relacionamento romântico com sua própria filha.
Sua história inspirou obras de arte, como a xilogravura "O Lobo ou O Canibal" e o livro de George Bores de 1590, "A Maldita Vida e Morte de Peter Stumpp", que se espalharam pela Europa, alimentando o medo e a fascinação em torno de sua figura.
Detido
Após um longo período de terror que se estendeu por 25 anos, Peter Stumpp foi finalmente capturado por um grupo de caçadores e levado sob custódia.
Diante das autoridades, ele confessou ter feito um "pacto com o Diabo", recebendo em troca um cinto mágico que lhe concedia a habilidade de se transformar em lobo quando desejasse.
Considerado culpado pelos 16 assassinatos, incluindo o de seu próprio filho, cujo cérebro ele teria consumido, Stumpp foi condenado à morte.
O escritor inglês George Bores, em seu livro de 1590, descreveu o assassinato e canibalismo de seu filho como "o ato mais monstruoso que o homem já ouviu falar, pois nunca se conheceu um miserável da natureza tão degenerado", segundo a Universidade de Michigan.
Controvérsia
No entanto, a culpa de Stumpp sempre foi objeto de debate. Sua confissão, obtida sob tortura, levanta dúvidas sobre a veracidade das acusações.
Alguns historiadores sugerem que ele pode ter sido um bode expiatório em tempos de histeria coletiva, quando a Europa era assolada por julgamentos de bruxas e acusações de lobisomens.
Ainda de acordo com a People, após sua confissão, Peter foi levado para Colônia, onde sua execução ocorreu na noite de Halloween, 31 de outubro de 1589.
De acordo com a Universidade de Melbourne, o alemão foi morto por meio da "roda de quebra", um método de execução cruel em que o condenado era amarrado a uma roda de carroça e tinha sua pele arrancada com pinças quentes.
Seus braços e pernas foram fraturados com a parte cega de um machado, e sua mão esquerda foi decepada.
Ainda segundo a Universidade de Melbourne, a amante e a filha do fazendeiro também foram executadas, e seus corpos foram incinerados com o dele. George Bores, em seu livro publicado um ano após a execução, relatou que a cabeça de Stumpp foi colocada em uma estaca como um aviso macabro para a comunidade.