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Crânio de lobo que teria sido utilizado para afastar espíritos é achado na Romênia
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Crânio de lobo que teria sido utilizado para afastar espíritos é achado na Romênia

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Aventuras Na História
26/06/2023 18h08
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15624456/original/open-uri20230626-19-fsudpt?1687810707
©Divulgação / BS Szmoniewski
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Uma equipe de arqueólogos fez uma descoberta intrigante na região de Cheia, Romênia: encontraram um crânio de lobo "guardando" um túmulo que foi saqueado há 2 mil anos. Acredita-se que os ladrões tenham colocado o crânio ali na esperança de afastar qualquer espírito que pudesse querer se vingar em razão do roubo.

O túmulo em questão está localizado em um campo que tem sido cultivado há muito tempo, em uma uma cova com um diâmetro de até 75 metros. Desde 2008, arqueólogos romenos e poloneses têm estudado essa área.

De acordo com um comunicado de 16 de junho do Nauka W Polske, um site polonês dedicado a estudos científicos, a equipe responsável pela escavação descobriu duas sepulturas na tumba. Uma delas continha os restos mortais de uma pessoa que foi cremada dentro de uma caixa de madeira, juntamente com seus pertences funerários.

As paredes e o fundo da cova mostravam sinais de calor, evidenciando que a cremação do corpo ocorreu no interior da cova. Outros achados que apoiam essa teoria incluem fragmentos parcialmente queimados de uma estrutura de madeira, além de pregos e peças de bronze que provavelmente decoravam o caixão. Dos restos mortais, apenas alguns fragmentos ósseos resistiram.

O que foi descoberto

Segundo informações da revista Galileu, a equipe de escavação descobriu que, após a cremação, tábuas de madeira foram colocadas sobre o buraco na cova.

De acordo com Bartłomiej Szymon Szmoniewski, pesquisador do Instituto de Arqueologia e Etnologia da Academia Polonesa de Ciências e um dos líderes da escavação, essa prática era conhecida como "Carsium do baixo Danúbio" durante o período romano. Vale destacar que sinais dessa técnica já foram encontrados em túmulos na cidade romena de Hârșova.

"O fechamento da vala é interessante e inusitado. Várias pedras foram colocadas ali, e havia uma caveira de lobo acima delas. Provavelmente foi uma espécie de ritual e procedimento mágico que visava fechar o espaço saqueado a fim de impedir a saída e possível vingança do espírito que foi roubado”, disse Szmoniewski à agência de notícias polonesa PAP.

Sementes queimadas

No túmulo, os arqueólogos também encontraram uma quantidade significativa de sementes de nozes queimadas, fragmentos de pinhas e outros restos de plantas. Segundo os pesquisadores, a presença dessas sementes queimadas nos enterros era um costume comum no início do período romano.

As nozes, dentro do contexto funerário, são interpretadas como um tipo de presente para a sepultura, um alimento especial para a alma. No vale do rio Casimcea, em Dobruja, onde as pesquisas estão sendo realizadas, essa descoberta é a primeira desse tipo, ressaltou Szmoniewski.

O segundo túmulo

De acordo com a fonte, os arqueólogos ainda identificaram um segundo túmulo que continha uma ossada dentro de uma estrutura de madeira, provavelmente um caixão. O indivíduo falecido estava acompanhado de um balsamário de vidro, possivelmente usado para armazenar perfumes ou cosméticos, e tinha uma moeda de bronze do reinado do imperador Adriano (125 e 127 d.C.) colocada em sua boca.

Segundo explicou Szmoniewski, isso indica a antiga tradição do "Óbolo de Caronte", em que uma moeda inserida na boca era utilizada como pagamento ao barqueiro mítico Caronte para transportar a alma do falecido através do rio Estige até o reino do deus Hades.

Getas

Como aponta o especialista, o crânio de lobo encontrado na saída da vala em uma das sepulturas sugere que o furto foi realizado pelos Getas, um povo que habitava essa área da Romênia antes do surgimento dos gregos e romanos. Por outro lado, os mortos possivelmente eram romanos que chegaram à região durante o processo de colonização realizado por seu povo.

Datados do século 2 d.C., esses túmulos são os primeiros de seu tipo a serem descobertos nessa região romena. Por essa razão, Szmoniewski e sua equipe esperam encontrar mais sepulturas semelhantes em suas escavações.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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