Diários descobertos de socialite detalham relacionamento com Adolf Hitler
Aventuras Na História
Pesquisadores descobriram os diários de uma socialite britânica antissemita que era obcecada por Adolf Hitler. Unity Mitford, inclusive, teria tido um relacionamento pessoal com o ditador alemão.
Segundo o Daily Mail, e repercutido pelo The Guardian, os pesquisadores apontaram que os diários encadernados em couro ficaram perdidos por oito décadas. Os registros revelam detalhes da relação entre Mitford e o Führer.
Vale ressaltar, porém, que há alguns anos, jornalistas do Sunday Times foram enganados e acabaram publicando falsos relatos de supostos "diários de Hitler". No entanto, agora, diversos historiadores acreditam que essa seja uma descoberta legítima.
É extremamente raro nos tempos modernos que os diários de uma figura bem conhecida do movimento nazista sejam descobertos e publicados", disse o historiador Andrew Roberts ao Daily Mail.
Um dos maiores estudiosos do mundo sobre Unity Mitford, David Pryce-Jones, afirmou: "Estou confiante de que são genuínos".
Os diários de Unity
Segundo os registros, Unity Mitford tinha um grande fascínio por Adolf Hitler, e chegou a perseguí-lo quando ele se mudou para Munique, aos 20 anos. Os manuscritos revelam Unity como uma adoradora nazista, compartilhando o ódio de Hitler pelo povo judeu.
Os relatos abrangem os anos entre 1935 e 1939. Em uma entrada em fevereiro de 1935, ela descreve "o dia mais maravilhoso da minha vida", quando Hitler a chamou para se juntar à sua mesa no restaurante Osteria Bavaria.
"Almoço Osteria 2.30. O FUHRER chega 3.15 depois que eu termino o almoço. Depois de uns 10 minutos ele manda o Wirt [dono] ME PEDIR PARA IR À MESA DELE.
Vou sentar ao lado dele enquanto ele almoça e conversamos. O DIA MAIS MARAVILHOSO DA MINHA VIDA. Ele escreve um cartão postal para mim. Depois que ele vai embora, Rosa [garçonete] me diz que ele nunca tinha convidado ninguém daquele jeito antes."
Unity Mitford
Socialite, Unity Mitford nasceu em Londres e conseguiu fazer parte do círculo íntimo de Adolf Hitler. Sua ligação com o Führer era tamanha que a mulher teria causado ciúmes em Eva Braun.
No total, os diários registram 139 encontros com o líder nazista, a quem ela consistentemente se refere como "o Führer". Mais tarde, ela o descreve como "muito doce e alegre".
A última passagem remete ao dia 1º de setembro de 1939, mesma data em que a Alemanha invade a Polônia e inicia-se a Segunda Guerra Mundial. Aquela altura, Unity tinha 25 anos e, pouco depois, havia tentado suicídio, apontam os pesquisadores.
A mulher, aparentemente, estava perturbada com a perspectiva da Grã-Bretanha e a Alemanha nazista entrarem em guerra uma contra a outra. Assim, ela deu um tiro na própria cabeça numa praça de Munique. A tentativa não foi fatal e Unity ficou com danos cerebrais, coma bala alojada em seu crânio. Ela retornou à Grã-Bretanha, onde morreu em 1948, aos 33 anos.