Direita e esquerda: Como surgiu essa divisão na política?
Aventuras Na História
O costume de afirmar que um partido político conservador é “de direita” e que quem reclama por reformas e mudanças é “de esquerda” nasceu com a Revolução Francesa, em 1789.
Durante a Assembleia Nacional da Revolução, representantes de grupos com interesses divergentes se reuniram para decidir os novos rumos da França. As facções principais
eram as que representavam o grande capital (a nobreza) e as da burguesia, que buscava o fim de direitos e privilégios feudais e a destituição do rei.
Essas correntes ocupavam lugares específicos na sala em relação ao orador.
“Os legisladores que defendiam reformas mais radicais, como ampliação do acesso à terra e a democratização da escolha dos representantes populares, por exemplo, eram chamados de jacobinos e sentavam-se sempre à esquerda. Os conservadores, que queriam manter alguns dos privilégios dos nobres, eram os girondinos e sentavam-
-se à direita”, afirmou a historiadora e antropóloga Adriana Facina.
Ao longo dos anos, a história fortaleceu o sentido dos conceitos “direita” e “esquerda” e
eles chegaram aos contextos que conhecemos hoje.
“Foi da disposição espacial na Assembleia Nacional na Revolução Francesa que nasceram, grosso modo, as definições que utilizamos para identificar posições dentro do espectro político”, complementou a historiadora Cristina Meneguello.
A primeira disputa entre direita e esquerda da história acabou com a vitória dos barbudos da oposição. Os jacobinos conseguiram aprovar a proibição da venda de cargos públicos, acabaram com as isenções de impostos dos nobres e decidiram elaborar uma nova Constituição, de onde nasceria a primeira Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.