Em cidade destruída pelo Estado Islâmico, pesquisadores encontram templo de 3 mil anos
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Arqueólogos anunciaram recentemente a emocionante descoberta de um templo dedicado à antiga divindade mesopotâmica Ishtar, associada ao amor e à guerra. O templo foi encontrado nas ruínas da cidade de Ninrude, no norte do Iraque, que foi alvo do Estado Islâmico (ISIS). Essa notícia foi divulgada em 14 de junho pelos especialistas do Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos
Juntamente de uma equipe iraquiana, as escavações foram acontecendo.Localizada aproximadamente a 30 quilômetros ao sul de Mosul, cidade capturada pelo ISIS em 2014, Ninrude sofreu com a destruição causada pelo grupo fundamentalista. As ruínas foram demolidas com marretas, bombas e escavadeiras.
No entanto, os arqueólogos retomaram os trabalhos neste ano e tiveram uma descoberta extraordinária: um monumento de pedra retratando a deusa Ishtar dentro de um símbolo de estrela.
A investigação faz parte da segunda temporada de escavações em Ninrude, que foi a antiga cidade de Kalhu e serviu como capital do glorioso Império Assírio há quase 3 mil anos. Em escavações anteriores na região, a mesma equipe de arqueólogos revelou um palácio pertencente ao rei assírio Adad-Nirari III, que reinou entre 810 e 783 a.C., há cerca de 2,8 mil anos, segundo a Galileu.
Essa é a primeira representação inequívoca da deusa como Ishtar Sharrrat-niphi, um aspecto divino da deusa associado ao surgimento do planeta Vênus, a 'estrela da manhã', encontrada neste templo dedicado a ela”, conta Michael Danti, o diretor do Programa de Estabilização do Patrimônio do Iraque, em um comunicado.
Mais descobertas
Além disso, foram encontradas lajes de pedra monumentais com inscrições cuneiformes, sistema de escrita utilizado na região do Oriente Médio durante a Idade do Bronze, incluindo pelos assírios. Também foram descobertas duas bases de colunas ricamente esculpidas, evidenciando a impressionante decoração do palácio de Adad-Nirari III.
Dentro da sala do trono, os arqueólogos recuperaram evidências de uma grande bacia de pedra, possivelmente utilizada para aquecimento. Nela, havia fragmentos de marfim e cascas de ovos de avestruz, indicando uma "cultura material de elite" e reforçando o status do rei que habitou o local.
A equipe também descobriu representações detalhadas de soldados, cavalos e pessoas carregando presentes em muitas das faixas de bronze que adornavam as portas do portal de cedro, que tinha quase três metros de largura. Essas incríveis descobertas revelam a riqueza e o esplendor que existiam na antiga cidade de Ninrude antes de sua trágica destruição.