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Em Israel, sobreviventes do Holocausto pedem fim da guerra em Gaza
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Em Israel, sobreviventes do Holocausto pedem fim da guerra em Gaza

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Aventuras Na História
25/04/2025 15h40
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©Getty Images
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Enquanto líderes políticos participavam de cerimônias oficiais no Yad Vashem na última quinta-feira, 24, Dia em Memória do Holocausto, três sobreviventes na casa dos 80 anos protestavam à entrada do memorial com uma mensagem clara: "Se perdemos nossa compaixão pelo outro, perdemos nossa humanidade."

A quilômetros dali, em Tel Aviv, milhares de manifestantes – incluindo descendentes de sobreviventes – seguravam fotos de crianças palestinas mortas em bombardeios. Vestidos de preto, alguns exibiam panelas vazias como símbolo da fome em Gaza, agravada pelo bloqueio israelense.

Desde o colapso do cessar-fogo em março, Israel tem sido palco de protestos que pedem tanto a libertação dos reféns ainda em Gaza quanto o fim da guerra. No entanto, menções ao sofrimento da população palestina continuam ausentes da narrativa dominante.

Mais de 51 mil pessoas morreram em Gaza desde outubro de 2023, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde local. Para muitos israelenses, o trauma do ataque do Hamas em 7 de outubro — que deixou mais de 1.200 mortos e 251 reféns — silenciou a empatia por civis palestinos. Ainda assim, um número crescente de vozes vem rompendo esse silêncio.

Entre elas está Veronika Cohen, de 80 anos, nascida no gueto de Budapeste. Em frente ao Yad Vashem, ela afirmou, de acordo com o portal The Guardian: “Eu não acho que podemos nos lembrar de nosso sofrimento sem reconhecer o sofrimento de Gaza, a morte de dezenas de milhares de crianças, a fome que está acontecendo neste minuto, pelo qual somos parcialmente responsáveis. Ocupa o mesmo lugar no meu coração.”

Emocionada, a sobrevivente contou ter chorado ao ver a imagem de um menino palestino amputado pelos ataques: “A notícia dizia que quando ele acordou da operação, a primeira coisa que fez foi se virar para a mãe e disse: 'como vou te abraçar agora?' Para mim, essa é uma história do Holocausto. E é por isso que estamos aqui: para tentar despertar as pessoas para sua dor de qualquer maneira que pudermos.”

Ruth Vleeschhouwer Falak, 89, que sobreviveu à ocupação nazista na Holanda, destacou: “Na década de 1930, se os alemães tivessem se levantado ruidosamente contra o partido nazista, talvez eles não tivessem sido capazes de fazer o que fizeram conosco. Falar não é uma escolha para mim.” Ilana Drukker Tokotin, 87, que passou a infância escondida dos nazistas, completou: "O ditado nunca mais significa nunca mais para ninguém. É realmente por isso que estamos aqui."

Resistência

Mesmo diante da repressão, movimentos como o Standing Together continuam protestando. Após a polícia tentar impedir um ato no Dia em Memória do Holocausto, o grupo conseguiu na Justiça o direito de exibir imagens de crianças mortas em Gaza. Desde então, cartazes têm sido espalhados por pontos de ônibus em todo o país. Segundo o The Guardian, à noite, milhares voltaram às ruas com fotos de crianças palestinas sorrindo — agora mortas.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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