Entenda como quatro homens viajaram da Nigéria ao Brasil em leme de navio
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Nesta segunda-feira (10), no Espírito Santo, quatro homens foram encontrados no leme de um navio, após passarem 15 dias em travessia que se estendeu de Lagos, na Nigéria, até a costa brasileira. Conforme repercutido pelo G1, a viagem, que teve início no dia 26 de junho, foi marcada por um contexto precário de fome e frio, onde eles dividiram um espaço equivalente a uma caixa d'água de 2 mil litros.
O resgate dos estrangeiros se deu após um barco de manutenção ter passado pelo navio, que carrega a bandeira da Libéria, avistou os homens se equilibrando no leme da embarcação e acionou a Polícia Federal do Espírito Santo.
O trajeto
A embarcação, nomeada Ken Wave, partiu no dia 26 de junho, de Lagos, cidade litorânea na Nigéria. Com os homens fixados à caixa do leme, espaço próximo ao motor do navio, sem acesso à comida ou água potável, eles percorreram 7.800 quilômetros em 15 dias no alto-mar.
Rogério Lages, chefe do Núcleo de Polícia Marítima da Polícia Federal, explicou que os homens também passaram muito frio, não só pela falta de aquecimento, mas também pela exposição direta à água, em momentos onde a carga do navio era excepcional.
"Eles estavam com três camadas de roupas, uma por cima da outra. A gente acredita que eles tiravam a roupa durante o dia e colocavam durante a noite, lá não tem aquecimento. Na situação que a gente chegou, tinha uma pessoa no leme e as outras três conseguiram mais ou menos se acondicionar no espaço. O perigo disso é que esse local que eles estavam ora está fora d'água ora está dentro d'água. Tudo depende da quantidade de carga que o navio está carregando. Não é raro essa estrutura toda onde eles estavam ficar submersa", afirmou Lages.
Os resgatados
De acordo com a PF, que promoveu o resgate dos estrangeiros, dois deles não sabiam nadar, e todos foram encontrados enfraquecidos, mas sem ferimentos. A nacionalidade dos homens, encontrados sem documentos, mas que se dizem nigerianos, não foi comprovada.
Atualmente em um hotel, sob a custódia da empresa proprietária do navio, os imigrantes devem ser extraditados à Nigéria, segundo a PF, pois é o país de onde eles vieram. Porém, existe a possibilidade da solicitação de asilo político.