Estudantes afegãs fazem protestos após proibição do Talibã
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A fim de desafiar o Talibã depois da imposição da proibição de mulheres em universidades, um pequeno grupo de afegãs organizou um protesto relâmpago em Cabul, nesta quinta-feira, 22.
Algumas mulheres do grupo formado por cerca de 20 estudantes vestidas com o hijab — véu islâmico — foram detidas e levadas por policiais, segundo uma informante que prefere não ser identificada, como informado pela Folha de São Paulo.
Dessas mulheres, duas foram liberadas. Além disso, antes, o grupo de mulheres foi forçado a se deslocar do local da manifestação, que inicialmente era a Universidade de Cabul, devido à presença de um grande efetivo de segurança no local.
"Eles estão usando toda sua força contra nós. Receio que logo anunciarão que as mulheres não têm nem o direito de respirar", disse Wahida Wahid Durani, estudante de jornalismo da Universidade de Herat, a oeste do país, como informado pela Folha.
Durante a manifestação, as estudantes gritavam: "Direitos para todos, ou para ninguém". De acordo com imagens obtidas pela AFP, elas erguiam seus punhos. A proibição para a frequentação das universidades foi confirmada no mesmo dia em que a ONU realizou uma sessão sobre o Afeganistão.
NedaMohammad Nadeem ordenou através de uma carta concisa na terça-feira, 20, que alunas estão proibidas de frequentar as aulas em universidades públicas e privadas por um tempo indeterminado.
Prisão
Ativistas foram presos no início do ano, o que fez com que os protestos de mulheres se tornassem menos frequentes no Afeganistão. Elas arriscam serem presas, estigmatizadas e sofrer violência.
As meninas afegãs são um povo morto. Elas choram sangue", disse Wahida Wahid Durani.
Escolas foram fechadas nos últimos meses e meninas proibidas de receber educação formal além da sexta série. Além disso, um decreto de maio, estabeleceu a obrigatoriedade do uso de véus cobrindo o rosto para mulheres.
O Talibã retomou seu poder no Afeganistão em 15 de agosto do ano passado. Eles prometeram moderação e amplos direitos às mulheres, o que durou pouco, já que em setembro de 2021, foram reintroduzidos: a pena de morte, o apedrejamento e a amputação das mãos pelos crimes de roubo e adultério.
Segundo governos estrangeiros, é necessário que o Talibã mude as políticas para mulheres antes que outras nações reconheçam formalmente o regime, que está sob sanções.