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Estudo revela que há 4,5 mil anos mulher teria sobrevivido a duas cirurgias no crânio
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Estudo revela que há 4,5 mil anos mulher teria sobrevivido a duas cirurgias no crânio

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Aventuras Na História
13/11/2023 21h44
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15878355/original/open-uri20231113-57-1i9fehv?1699913227
©Reprodução / Sonia Díaz-Navarro et al
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No sudeste da Espanha, em um sítio funerário da Idade do Cobre denominado Camino del Molino, descoberto em 2007 na região de Caravaca de la Cruz, pesquisadores desenterraram os restos de uma mulher que viveu há cerca de 4,5 mil anos. Uma análise recente revela que ela foi submetida a duas intervenções cirúrgicas no crânio e surpreendentemente sobreviveu a todas.

Os resultados da pesquisa foram publicados em dezembro no International Journal of Paleopathology, estando disponíveis online desde setembro. A mulher em questão fazia parte do grupo de 1.348 indivíduos sepultados no local de Camino del Molino, utilizado entre 2566 a.C. e 2239 a.C.

Este sepulcro coletivo, com um diâmetro de 6 a 7 metros e paredes levemente alargadas, abrigava não apenas adultos, mas também os restos mortais de crianças. Ao falecer, a mulher tinha entre 35 e 45 anos.

Diferentemente dos outros esqueletos encontrados, seu crânio exibia sinais de procedimentos cirúrgicos conhecidos como trepanações, que consistem na perfuração ou raspagem de orifícios na caixa craniana para expor a dura-máter, a camada mais externa que envolve o cérebro e a medula espinhal.

Exames mais detalhados revelaram a presença de dois orifícios sobrepostos entre a têmpora e o topo da orelha, com dimensões de 53 por 31 milímetros e 32 por 12 milímetros. Não havia indícios de que essas aberturas fossem decorrentes de lesões, uma vez que não apresentavam fraturas e suas bordas eram nítidas.

Consclusões dos pesquisadores

Diante disso, os pesquisadores concluíram que esses orifícios resultaram de duas cirurgias distintas.

Essas intervenções, realizadas por meio da técnica de raspagem, envolveram o uso de um instrumento lítico com superfície áspera para gradualmente erodir a calota craniana, segundo a Galileu.

Isso envolve esfregar um instrumento lítico [de pedra] de superfície áspera contra a calota craniana, erodindo-a gradualmente ao longo de todas as suas bordas para criar o buraco", explicou Sonia Díaz-Navarro, a autora principal do estudo, para o Live Science.

A presença de sinais de cura nos ossos do crânio sugere que a mulher sobreviveu por vários meses após os procedimentos. Isso é notável, considerando os riscos associados às cirurgias na região temporal, dada a complexidade da área, rica em vasos sanguíneos e músculos delicados que poderiam facilmente causar sangramento.

Além dos indícios cirúrgicos, o esqueleto da mulher exibia costelas curadas e cáries dentárias, mas o motivo para as duas intervenções cirúrgicas permanece um enigma.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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