Filho de João Goulart se encontra com Maduro em Caracas
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Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, publicou nesta segunda-feira, 13, uma foto de seu encontro com João Vicente Goulart, filho do ex-presidente brasileiro João Goulart, deposto em 1964 durante o golpe militar que instaurou a ditadura no Brasil. João Vicente esteve em Caracas para participar da cerimônia de posse de Maduro na semana passada, após a recente contestação do governo brasileiro quanto aos resultados das eleições venezuelanas.
“Me reuni com João Vicente Goulart, de quem recebi esta emotiva carta que realça a irmandade, a solidariedade e as palavras de apoio por parte da família Goulart. Estou muito agradecido por esses bons desejos de novo mandato para a nossa pátria, onde seguiremos trabalhando e consolidando nossos laços de cooperação e paz. Diplomacia e união!”, escreveu Maduro na legenda da postagem.
De acordo com o portal O Globo, a carta entregue a Maduro foi assinada por Maria Thereza Goulart, viúva de João Goulart. Recentemente, Maria Thereza teve o valor de sua indenização por perseguição política durante a ditadura militar brasileira aumentado para R$ 500 mil. Após o golpe de 1964, a família Goulart viveu exilada fora do Brasil.
No texto compartilhado, Maria Thereza menciona a semelhança entre a Revolução Bolivariana, liderada por Hugo Chávez, e as Reformas de Base defendidas por Jango. “Vivo fora, Jango, como todos o conheciam, não deixaria de identificar os inúmeros pontos de convergência existentes entre a Revolução Bolivariana, iniciada pelo Presidente Hugo Chavez, e o seu programa de governo, capitulado pelas Reformas de Base”, destaca a carta.
A Embaixada do Brasil em Caracas recebeu um convite para a cerimônia de posse de Maduro na última terça-feira, mas sem um convite direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, devido à crise diplomática envolvendo a não confirmação dos resultados das eleições venezuelanas. O Brasil foi representado pela embaixadora Glivânia Oliveira.
Vitória questionada
Embora a vitória de Maduro tenha sido declarada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, os boletins de urna ainda não foram apresentados. A oposição sustenta que Edmundo González foi o verdadeiro vencedor, mas ele teria fugido para a Espanha para evitar prisão.
Atualmente, países como Argentina e Peru consideram González o legítimo vencedor e defendem que ele deveria tomar posse. Já Brasil, México e Colômbia informaram que aguardam a comprovação formal da vitória de Maduro antes de se posicionarem oficialmente.
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