Fóssil encontrado no Brasil pode solucionar mistério sobre os dinossauros
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Um fóssil de um dos mais antigos precursores dos dinossauros foi descoberto em Paraíso do Sul, no Rio Grande do Sul. Chamado de Gondwanax paraisensis, esse réptil, com cerca de um metro de comprimento, viveu há aproximadamente 237 milhões de anos, durante a Era Mesozoica.
Um estudo publicado no periódico Gondwana Research sugere que ele pode ser um dos dinossauros mais antigos já encontrados, o que pode fornecer pistas importantes sobre a origem dos dinossauros herbívoros.
Rodrigo Müller, paleontólogo da Universidade Federal de Santa Maria e líder do estudo, destacou a raridade desse tipo de fóssil na região.
Com 237 milhões de anos, os registros já são bem raros. A gente tem uma coisinha aqui e em alguns pontos do continente africano. O Gondwanax, essa nova espécie, é exclusiva daqui, a gente não tem registro dele em outro lugar”, disse o pesquisador, segundo o portal O Globo.
Desde o século 19, cientistas acreditam que todos os dinossauros compartilham um ancestral comum que surgiu no Período Triássico, entre 200 e 250 milhões de anos atrás. Esses ancestrais dividiram-se em três grandes subgrupos: terópodes predadores, saurópodes de pescoço longo e os ornitísquios.
Do último grupo faziam parte herbívoros de bico como o Triceratops e o Stegosaurus. No entanto, enquanto fósseis de terópodes e saurópodes são conhecidos, os ornitísquios do Triássico são extremamente raros.
Nesse contexto, surgem os silesaurídeos, uma família de répteis onívoros de pequeno a médio porte, considerados parentes próximos dos dinossauros. Rodrigo Müller sugeriu que alguns silesaurídeos poderiam ser ancestrais dos ornitísquios, devido a características anatômicas compartilhadas. Um problema, no entanto, é que muitos desses fósseis são fragmentários, dificultando a classificação precisa.
Fóssil de colecionardor
Em janeiro, Müller recebeu de um colecionador amador um fóssil contendo quadris, fêmur e vértebras de um silesaurídeo, identificando-o como Gondwanax. Embora o fêmur desse animal fosse menos eficiente para a locomoção, ele apresentava três vértebras nos quadris em vez de duas, um indício de que ele poderia estar evoluindo para características típicas dos dinossauros.
Se a hipótese estiver correta, isso ampliaria em 7 a 10 milhões de anos a história dos ornitísquios, sugerindo que os dinossauros já eram mais comuns e disseminados do que se imaginava. Contudo, especialistas, como o Dr. Steve Brusatte, permanecem cautelosos, argumentando que mais evidências são necessárias para confirmar essa teoria.