Freira brasileira enfrenta crise e busca justiça após polêmicas no Vaticano
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Uma carta anônima endereçada ao Vaticano provocou uma crise sem precedentes em um mosteiro na Itália, resultando no afastamento da freira brasileira Irmã Aline Ghammachi, que ocupava o cargo de abadessa.
A religiosa, que se destacou por ser a mais jovem abadessa do país aos 34 anos, agora enfrenta um processo judicial na Itália em decorrência das alegações que contesta.
A polêmica teve início com uma denúncia recebida pelo Vaticano em 9 de janeiro de 2023, onde Irmã Aline foi acusada de manipulação e maus-tratos a outras religiosas.
A comunicação, desprovida de assinatura e provas concretas, foi suficiente para que a Santa Sé iniciasse investigações no mosteiro de Vittorio Veneto, onde a freira vivia sob clausura com outras 18 monjas.
Polêmicas
De acordo com as declarações de Irmã Aline e suas companheiras, a origem da denúncia estaria ligada a uma freira encarregada das noviças, supostamente agindo em conluio com mais três religiosas.
Ao Fantástico, a ex-abadessa afirmou possuir evidências — incluindo prints e gravações — que demonstrariam que uma das denunciantes acessava conteúdos impróprios utilizando dispositivos da comunidade religiosa.
Além das acusações de natureza moral, Irmã Aline também enfrentou investigações sobre possíveis desvios financeiros. Contudo, uma auditoria financeira realizada sob a supervisão do abade geral Mauro Giuseppe Lépori não revelou qualquer irregularidade nas contas do mosteiro.
Ele deu os parabéns pela transparência das nossas contas", declarou a freira ao programa.
A brasileira ainda levanta questões de assédio moral e sexual contra o abade geral. "A gente pode dizer que sim, mas entrar nesse campo eu prefiro deixar para as autoridades", contou.
O afastamento de Irmã Aline ocorreu em um contexto delicado para a Igreja Católica, coincidindo com o falecimento do Papa Francisco e criando um vácuo de poder no Vaticano.
A intervenção foi conduzida por uma madre enviada diretamente de Roma. Sem possibilidade de recorrer em primeira instância devido à falta de liderança no dicastério responsável pelos institutos de vida consagrada, a freira e suas colegas buscaram amparo na segunda instância da Justiça eclesiástica.
"Lutar pela verdade é algo cristão. Eu pretendo, sim, ir adiante até provar que essas acusações não são verdadeiras", concluiu Irmã Aline ao Fantástico.

