Gondwana: O supercontinente extinto que liga Brasil, África e o futebol
Aventuras Na História
Há 200 milhões de anos, existia um único continente chamado Pangeia. Com o passar dos séculos, cerca de 70 milhões de anos depois, devido o movimento das placas tectônicas, ele se fragmentou — se desmembrando e dois supercontinentes.
Um deles foi a Laurásia, que continha a conjunção da América do Norte, Ásia e Europa. Que novamente veio se partir há 84 milhões de anos. O outro, pouco mais desconhecido, mas que possui nossas raízes, foi Gondwana.
Gondwana foi um supercontinente que existiu ao sul da linha do Equador, durante o período triássico, que incluía a junção de terras dos atuais continentes da Antártida, América do Sul, África, Índia, Austrália, Nova Zelândia, Madagascar, Nova Guiné, Nova Caledônia, além das Ilhas Seicheles.
O nome do supercontinente faz parte de nossa história e também do projeto Gondwana Futebol & Cultura”, aponta a brasileira Mônica Saraiva, jornalista, fotógrafa e co-fundadora de Gondwana Futebol & Cultura, à equipe do site do Aventuras na História.
Ao lado do chileno Sebastian Acevedo, o Sebá — o outro co-fundador de Gondwana Futebol & Cultura —, Mônica encontrou no futebol uma forma de ligar o passado histórico e resgatar as raízes entre o Brasil e os povos africanos. Uma conexão que vem bem antes do período colonial que deixou um passado escravagista em nossa história.
“Escolhemos este nome, pois o trabalho que desenvolvemos está inserido dentro de um ponto de encontro entre a cultura Latino-Americana e Africana”, justifica Saraiva, que durante 10 anos trabalhou no Museu do Futebol.
“Então, quando entendemos a conexão histórica, geológica, que tem com a nossa realidade para trazer essa união, esse ponto de encontro entre a cultura latino-americana e da África, com elementos comuns, decidimos que Gondwana ia representar o nome de um projeto cujo propósito é conectar culturas através do futebol como uma manifestação cultural popular”, continua Sebá.
Antes do projeto ter abraçado o nome, era um supercontinente, o que é muito bom de ser contado. Porque nossos continentes, que hoje possuem uma pauta de racismo muito forte, tem a mesma raiz”, prossegue.
Gondwana Futebol & Cultura
A proposta do trabalho une geologia, sociedade, cultura e história de forma pedagógica para somar com o presente e futuro em forma de conhecimentos. A bola de futebol cria contextos de aprendizagens que facilitam ambientes de liberdade para tomada de decisões.
Diante desses estudos e pesquisas, em 2020, Mônica e Sebá realizaram um documentário de 23 minutos explicando sobre Gondwana e conectando a influência Africana no Brasil, a partir do futebol como manifestação cultural popular.
“Hoje o time tem o propósito de democratizar o acesso ao cinema, cultura, educação, história e futebol para que as pessoas possam ver o futebol dentro e fora das 4 linhas”, conclui Mônica.
A dupla também foi uma das fontes entrevistadas pela equipe do Aventuras na História, em parceria com o portal SportBuzz, em uma série especial de podcasts que ligam a História do Brasil e do futebol.
O primeiro episódio do projeto, lançado neste 20 de novembro — data que marca a abertura da Copa do Mundo Qatar 2022 e também o Dia da Consciência Negra —, que discute o racismo no esporte, já está disponível. Ouça abaixo!
Mônica Saraiva da Silva (34) é jornalista, fotógrafa e diretora de documentário. Trabalhou 10 anos no Museu do Futebol. Hoje é Co-fundadora de Gondwana Futebol & Cultura e Gondwana Comunicações
Sebastián Acevedo Vásquez (38), formado em Direito, ex Atleta (Futebol, Futebol Freestyle, Futsal), empreendedor social e educador esportivo. Hoje, é Diretor de Cultura Esportiva de SportsCoLab do Chile, e Co-fundador de Gondwana Futebol & Cultura e Gondwana Comunicações