Homem é naturalmente mumificado 2 semanas depois de morrer, na Bulgária
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No dia 3 de setembro de 2023, um cadáver foi encontrado próximo a uma linha férrea na cidade de Sófia, capital da Bulgária. No entanto, o que mais chamou atenção no achado não foi um possível indício de ação criminosa ou de morte violenta, mas sim o fato de que o corpo foi achado em "estágio de mumificação completa" natural, um caso raro em mortes recentes.
De acordo com a Revista Galileu, o cadáver teria pertencido a um homem de 34 anos que, curiosamente, tinha sido visto vivo pela última vez somente 16 dias antes. Um registro raro de mumificação natural, acelerada por alguma razão desconhecida, o caso foi descrito em estudo publicado na quarta-feira, 20, na revista de medicina e ciência Cureus.
Conforme descrito pelos autores do estudo, especialistas da Universidade Médica de Sófia, o homem foi encontrado ao lado de sua bolsa, esta repleta com pertences pessoais, e uma garrafa de bebida alcoólica. Além disso, ele vestia roupas simples — camisa, shorts e meias —, e já existiam informações de que abusava cronicamente de álcool.
Após um exame externo, especialistas concluíram que não haviam lesões traumáticas no cadáver, o que levantou a hipótese de que a causa da morte tenha sido alguma intoxicação alcoólica. A pele do homem, por sua vez, apresentava uma coloração escura e estava dura.
"O exame interno do corpo mostrou que os órgãos internos nas cavidades craniana, torácica e abdominal haviam se decomposto em massas secas, preto-acastanhadas", descrevem no estudo. O corpo ainda foi encontrado infestado por pequenas larvas e pupas, que provocaram as poucas lesões identificadas na pele.
Mumificação natural
No estudo, ainda é explicado que o processo de mumificação natural, por mais que raro, não é impossível, contanto que submetido às condições adequadas: extremo calor ou secura, temperaturas diurnas constantemente acima de 30ºC, nível de umidade abaixo de 50%, radiação solar de 600 watts por m² e ventos de aproximadamente 32 km/h.
No entanto, nenhuma das condições climáticas descritas foi realmente relatada em Sófia nos 16 dias entre a morte do homem e a descoberta de seu cadáver — embora o movimento de trens poderia ter provocado mais vento, o que poderia inclusive ter agilizado o processo.
E de fato, o processo foi bastante acelerado: enquanto pesquisadores atestam que para que a mumificação ocorre seja necessário um tempo que oscila de várias semanas até um ano, nesse caso foi registrado em menos de 20 dias.
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Por fim, uma análise toxicológica foi feita sob o corpo, nos pedaços de massa formados pelo que outrora eram órgãos internos, que indicou negativo para a presença de qualquer droga. Até o momento, a causa da morte segue desconhecida, mas "não podemos excluir a possibilidade de intoxicação alcoólica ou complicações relacionadas ao seu abuso crônico", segundo os especialistas.