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Imigração no Brasil, um exemplo para o mundo
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Imigração no Brasil, um exemplo para o mundo

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Aventuras Na História
25/04/2025 15h00
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©Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo
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Estima-se que 120 milhões de pessoas (3% da população mundial) vivem atualmente fora dos seus países de nascimento. Nada de novo. A imigração, seja a atraída pelos governos, forçada ou espontânea, é um fenômeno que sempre existiu na história humana. São milhões de anônimos que buscam melhores condições, enfrentando ambientes desconhecidos, e até hostis.

No Brasil não é diferente. Aqui é por definição uma terra de imigrantes, que sempre se mostrou hospitaleira. O processo que começou desde que os portugueses aportaram em 1500. Daquela época até os próximos 400 anos o país recebeu principalmente portugueses e africanos, só que estes na condição de escravos. A situação só se altera na virada do século 20, quando a quantidade e origem de imigrantes se ampliou de forma significativa.

Entre 1904 e 1930 mais de 2 milhões de estrangeiros se transferiram para o Brasil, entre portugueses (38%) e espanhóis (22%), além de poloneses, alemães, russos, romenos, japoneses, libaneses, sírios e outras nacionalidades.

Em 1920 o censo brasileiro registrou uma população de 30 milhões. Destes, 1,5 milhão (5%) se considerava estrangeiro, 70% deles vivendo nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Por que o Brasil?

Com a economia em expansão e políticas de imigração mais abertas que outros países, o Brasil atraiu imigrantes de várias partes do planeta. Há duas razões. A primeira, pela intensa oferta para a colonização agrícola, geralmente amparada por subsídios governamentais voltados à substituição da mão de obra escrava.

A segunda, pela evolução dos centros urbanos, polos crescentes de industrialização e expansão do comércio e serviços. Estes últimos são os escolhidos por sírios, libaneses e judeus, que, mesmo sem falar o idioma e desconhecer costumes, se empregam como artesãos e vendedores ambulantes, entre outros.

A imigração judaica

No caso dos judeus, a imigração foi uma questão de sobrevivência. Sua presença em território nacional remonta aos primeiros anos da descoberta do Brasil. A partir de 1536 começam a chegar para escapar da perseguição religiosa da Inquisição em Portugal.

Em 1810, judeus originários de Marrocos se estabelecem em Belém e Amazônia, onde participam do desenvolvimento da região e do ciclo da borracha. Em 1904, no interior do Rio Grande do Sul são criadas diversas colônias agrícolas de judeus russos que fogem das pilhagens e massacres contra a comunidade. Há ainda outros exemplos.

Entre 1872 e 1972, ingressam no Brasil mais de 90 mil judeus, dos quais 50 mil entre 1920 e 1939, que corresponde ao intervalo entre as duas Grande Guerras. Oriundos principalmente da Europa Oriental, como o Império Russo, Ucrânia e Polônia, saem para se proteger do antissemitismo exacerbado e árduas condições econômicas.

A ascensão do nazismo na Alemanha e a perseguição aos judeus na Europa provocam imigrações adicionais deste povo ao Brasil. Hoje a comunidade é a segunda da América Latina, com cerca de 120 mil pessoas.

Travessias, um registro da nova vida

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Capa do livro Travessia - Divulgação

O meu romance "Travessias" retrata a vinda de judeus ao Brasil no início do século 20. O livro acompanha a trajetória de duas famílias desde a saída traumática de seus países na Europa até a chegada e adequação ao novo estilo de vida.

Hana, nascida de família rica em Varsóvia, destila frustração ao ver seus planos ambiciosos não se concretizarem. A filha Rivka, que chegou a São Paulo pequena, registra em diário seu cotidiano e expectativas. Natan conta a vida de menino pobre em aldeia da Bessarábia, sua adaptação e progresso no Rio.

A narrativa descreve situações similares a qualquer imigrante, não importa a origem. Ressalta o caráter do brasileiro, que de braços abertos sempre recebeu todos os estrangeiros e viabilizou sua assimilação.

O Brasil dá exemplo ao mundo de hoje, onde xenofobia e intolerância se impõem paradoxalmente até em países de descendentes de imigrantes.


*Fabio Steinberg é formado em Administração e Jornalismo. Depois de uma carreira bem-sucedida como executivo de Comunicações em grandes empresas e a seguir como consultor, tornou-se colunista e colaborador de importantes publicações brasileiras, escrevendo sobre negócios, livros e turismo. Além de TRAVESSIAS – Aventuras e Desventuras de Famílias Imigrantes, é autor de Ficções Reais, Viagem de Negócios e O Maestro.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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