Livro póstumo: Bento XVI revela a existência de "clubes gays" em seminários

O Papa Bento XVI faleceu no final do ano passado aos 95 e novas descobertas a respeito de um livro póstumo com textos dele geram polêmicas. Nesse documento, publicado na Itália, ele denunciou a existência de "clubes gays" em seminários.

O volume lançado por ele chama-se "Che cos'è il cristianesimo" ("O que é o cristianismo", em tradução literal) e traz textos inéditos escritos por ele já depois de sua renúncia. Ele mesmo escreveu em uma carta aos organizadores do livro, que a obra só deveria ser publicado após a sua morte.

"Esse volume, que reúne os escritos por mim compostos no mosteiro Mater Ecclesiae, deve ser publicado após minha morte", escreveu ao teólogo Elio Guerriero e ao secretário particular do pontífice emérito, Georg Ganswein.

Nessa carta, ele pedia a publicação dos textos somente depois de sua morte por afirmar que não queria divulgar mais nada em vida devido à oposição que sofria em seu próprio país.

Clubes Homossexuais

Em uma passagem do livro, Bento XVI escreveu sobre a existência de "clubes homossexuais" em diversos seminários, fazendo referência a grupos que "agiam mais ou menos abertamente e que claramente transformaram o clima" nas escolas de sacerdotes, como informado pelo UOL.

"Em um seminário no sul da Alemanha, os candidatos ao sacerdócio e os candidatos ao serviço leigo viviam juntos. Durante as refeições conjuntas, os seminaristas ficavam juntos aos representantes pastorais casados, acompanhados em parte por esposas e filhos, e em alguns casos até por namoradas. O clima no seminário não ajudava na formação sacerdotal".

Ele ainda revelou que "um bispo chegou a permitir a exibição de filmes pornográficos aos seminaristas, presumivelmente com a intenção de torná-los capazes de resistir a um comportamento contrário à fé".

Paralelamente a isso, o Papa Francisco lança um livro comentando a homossexualidade e afirmando que "Deus não renega nenhum de seus filhos".