Mistério sobre naufrágio de navio holandês do século 18 é solucionado
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Após mais de 300 anos, arqueólogos da Universidade Flinders, na Austrália, acreditam ter desvendado o mistério do naufrágio do Zuytdorp, uma embarcação da Companhia Holandesa das Índias Orientais do século 18.
Utilizando registros históricos, conhecimento cartográfico da época e padrões climáticos, a equipe apresentou uma nova teoria sobre o incidente, publicado na última quarta-feira, 4, no Journal of Maritime Archaeology.
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Naufrágio
O Zuytdorp foi localizado pela primeira vez em 1927, a cerca de 60 km de Kalbarri, na Austrália Ocidental, mas só foi identificado oficialmente em 1958. Desde então, várias hipóteses tentaram explicar o naufrágio. A teoria mais aceita anteriormente era a de que a tripulação, perdida em relação à cartografia da região, colidiu com a costa durante sua viagem para Batávia (atual Jacarta).
No entanto, a nova análise refuta essa ideia. “Nossa pesquisa indica que os oficiais do Zuytdorp tinham informações cartográficas adequadas e tomaram medidas conscientes para evitar a costa”, afirmou Wendy Van Duivenvoorde, uma das autoras do estudo, em comunicado. Sinais de alerta foram reconhecidos pela tripulação, o que torna improvável um erro humano como causa do desastre.
Os pesquisadores descobriram, contudo, evidências de padrões climáticos severos na região durante o período do naufrágio. A hipótese agora aponta para uma forte tempestade que teria empurrado o navio para as rochas, causando o acidente.
Essa abordagem permite reavaliar o contexto do naufrágio, enfatizando que o evento foi resultado de forças naturais imprevisíveis, e não de falta de habilidade ou negligência da tripulação, conforme repercute a Revista Galileu.
“Com base em registros históricos e condições climáticas, conseguimos criar uma narrativa mais precisa sobre o naufrágio”, explicou Ruud Stelten, líder da iniciativa. A equipe agora pretende usar essas novas informações para localizar âncoras perdidas do Zuytdorp e, ao mesmo tempo, reabilitar a reputação dos tripulantes, eliminando o estigma de incompetência associado ao incidente.