Monique Oliver: Como agia a esposa do serial killer mais prolífico da França
Aventuras Na História
Em 2003, Michel Fourniret foi condenado à prisão perpétua — sem qualquer chance de liberdade condicional — por estuprar e assassinar, pelo menos, sete garotas. O Ogro de Ardenas, como ficou conhecido por atacar na região francesa, morreu na prisão em 2021.
A história sobre toda a maldade e crueldade do serial killer mais prolífico da França ganhou um novo ponto de vista com a série documental da Netflix A Cúmplice do Mal: Monique Olivier.
Entre 1987 e 2003, Michel Fourniret ficou conhecido como o maior assassino da França. Mas a esposa dele era um enigma: será que ela era vítima... ou cúmplice?", provoca a sinopse da produção. Entenda!
A mente de um assassino
Filho de um metalúrgico e uma dona de casa, Michel Fourniret nasceu na cidade francesa de Sedan em 4 de abril de 1942. Desde a infância, Michel era conhecido por ser uma criança quieta e inteligente — que gostava de xadrez e música clássica.
Seu jeito pacato não levantava suspeitas, tanto é que, quando adulto, seus vizinhos jamais imaginaram que estariam vivendo ao lado de um dos assassinos em série mais cruéis da França.
Segundo o Herald Sun, Michel foi preso pela primeira vez em 1966 por agredir sexualmente uma jovem. Ele ficou detido por quase duas décadas, e fora liberado em 1987. Durante o cárcere, porém, passou a conversar por correspondência com Monique Oliver, com quem desenvolveu um romance.
Livre, foi morar com a mulher, com quem tempos mais tarde teve um filho: Selim. Apesar da prisão, Fourniret jamais abandonou o desejo de cometer crimes. Conforme reporta o UOL, relatos apontam que o homem era fissurado pela ideia de virgindade. Além disso, demonstrava certa obsessão para cometer atos violentos contra jovens garotas.
O modus operandi de Michel era simples, mas feroz. Dirigindo sua van, ele atraia suas vítimas para o interior do veículo, onde as estuprava e as matava. Seus crimes, eram registrados em um diário, onde suas buscas eram descritas como "caçadas".
Michel era dono de uma mente maligna. Um exemplo disso foi uma carta em que escreveu para seu advogado. No documento, descreveu alguns crimes, mas deixou algumas lacunas em branco. Segundo ele, os espaços deveriam ser preenchidos pelos policiais com os nomes de suas vítimas — conforme as mesmas fossem descobertas.
Vítima ou parceira?
Embora a personalidade perversa de Michel Fourniret jamais tenha sido questionada, uma grande incógnita surgiu em relação a Monique Oliver. Afinal, quando o assassino foi preso por uma tentativa de estupro, em 2003, sua esposa declarou ser apenas mais uma vítima do marido abusivo. Seria ela uma dona de casa submissa?
Com o decorrer das investigações, armas e outras pistas foram encontradas na casa onde os dois viviam. Cada vez mais ficava difícil para a mulher negar seu envolvimento. Oliver não era sua vítima, mas sim sua cúmplice.
As autoridades descobriram que Monique esteve presente durante as caçadas de Michel e também participou de abusos com ele. Conforme repercutido pelo UOL, ela chegou a fazer sexo oral no serial killer enquanto o mesmo estuprava uma vítima.
Ela também tinha uma mente perversa e o ajudava a atrair vítimas para a van. Uma tática comumente usada era explorar seu filho, ainda bebê. Alegando que o menino estava passando mal, ela convidava pessoas para ajudá-la dentro do veículo.
Mas aquele universo não seria algo inédito para Monique. Afinal, acredita-se que ela já sabia da mente doentia do marido enquanto os dois apenas se comunicavam por cartas.
Nesta época, aliás, Monique era casada e tinha dois filhos com seu então marido — que seria um homem abusivo que a agredia fisicamente. Ela então teria proposto que quando Michel fosse liberto, ele a ajudaria matá-lo. Em troca, Oliver contribuiria para saciar seu desejo criminal. Mas o fato nunca se comprovou.
O fim da linha
Em 2003, os crimes de Michel Fourniret foram descobertos após a vítima de um sequestro conseguir escapar da van. A jovem alertou as autoridades, que logo identificaram o veículo do criminoso.
Durante cinco anos, entre 2003 e 2008, foi feita uma investigação sobre os atos hediondos de Michel. Seu julgamento só começou em março de 2008, quando ele confessou o assassinato de oito meninas e mulheres.
Entretanto, como as autoridades jamais encontraram o corpo de uma destas vítimas, somente sete casos foram aplicados. Desta forma, o assassino em série foi condenado à prisão perpétua sem a possibilidade de condicional.
Já a defesa de Monique Oliver tentou desvinculá-la do marido, afirmando que ela não poderia ser responsabilizada pelos atos dele. A estratégia não deu certo e a mulher acabou sendo culpada por ser cúmplice.
Oliver também pegou prisão perpétua, mas ao contrário de Michel, ela poderá entrar com um pedido de liberdade condicional após 28 anos em cárcere — ou seja, em 2032. Ela atualmente tem 74 anos.