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Morre Emilio Ivo Ulrich, sobrevivente da ditadura militar brasileira
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Morre Emilio Ivo Ulrich, sobrevivente da ditadura militar brasileira

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Aventuras Na História
20/01/2025 20h17
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O Memorial da Resistência de São Paulo anunciou nesta segunda-feira, 20, através do perfil oficial no Instagram, o falecimento de Emilio Ivo Ulrich, sobrevivente da ditadura militar brasileira. 

"Com pesar, tomamos conhecimento hoje do falecimento de Emílio Ivo Ulrich (1947–2025), ex-preso político e perseguido da ditadura civil-militar", escreveu o perfil do memorial.

Nascido no Rio Grande do Sul, Emilio Ivo Ulrich integrou a União Gaúcha de Estudantes e foi preso inicialmente na Deops/RS diante de sua atuação política no meio estudantil. Durante os Anos de Chumbo, ele e os familiares foram alvo das autoridades. Depois, ele se mudou para São Paulo, e integrou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).

Ulrich acabou preso no dia 20 de novembro de 1970 pela OBAN (Operação Bandeirante), após ser dedurado por um de seus companheiros da VPR, que fora torturado até entregar o colega. Levado para o DOI-CODI, deveria entregar Yoshitane Fujimori, o comandante da Vanguarda em São Paulo.

Sua passagem pelo DOI-CODI foi marcada por momentos perturbadores. Torturado pelos oficiais, Ivo contou sua história no livro ‘Tortura Não Tem Fim’. Em entrevista ao site Aventuras na História no ano passado, Emilio relembrou o sofrimento que passou durante os 30 dias em um dos principais centros de tortura da ditadura. 

"Quando eu cheguei ao DOI-CODI, eu já fui despido ali no pátio, levado pelas escadarias [...] e passei a ser interrogado pelo capitão Benoni Albernaz e um agente da Polícia Federal apelidado de Carioca”, disse ele. “Eles não perguntaram nem meu nome, só tinham uma pergunta. Não ligavam para que eu era e o que fiz, eles queriam Yoshitane Fujimori”.

Durante a entrevista, Emilio relembrou detalhes da tortura sofrida nas mãos dos miliares.

"Não era só tortura física, era mental também. Perguntam para mim 'qual foi a pior tortura que você sofreu?', claro, eu passei por pau de arara, cadeira do dragão [que era metálica e recebia cargas de choque], palmatória, surras intermináveis, mas o que realmente me perturbou é que teve um dia que os torturadores me mandaram ficar em pé da cadeira de dragão e me levaram até o chuveiro e me deram um banho frio, para que eu me recuperasse", destacou.

Confira a entrevista completa abaixo!

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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