Múmia de mais de 10 mil anos pode reescrever a história das Américas

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Uma múmia datada de 10.700 anos atrás, descoberta em uma caverna no atual estado de Nevada, nos Estados Unidos, está ajudando a reescrever a história da ocupação humana nas Américas.
Conhecida como Spirit Cave Man, ela representa o mais antigo exemplo de mumificação já registrado no planeta — e prova que a prática de preservar corpos não era exclusividade dos egípcios. Povos que habitaram as regiões onde hoje ficam o Chile e o Peru também mumificavam seus mortos, assim como esse grupo ancestral da América do Norte.
De acordo com o Olhar Digital, a múmia foi encontrada em 1940 e, na época, os arqueólogos acreditavam que ela teria menos de 2 mil anos. No entanto, análises de radiocarbono realizadas em 1997 revelaram sua idade real e sua importância histórica. Agora, um novo estudo publicado na revista American Antiquity trouxe mais evidências genéticas ligando o indivíduo mumificado aos nativos americanos contemporâneos.
Os pesquisadores identificaram uma linhagem genética contínua entre o homem de Spirit Cave e tribos atuais, como os Fallon Paiute-Shoshone. Essa ligação genética reforça a decisão judicial de 2018 que reconheceu os direitos dessas comunidades sobre os restos mortais e artefatos encontrados na caverna.
Cultura Lovelock
O estudo também revelou que esse indivíduo fazia parte de um povo ancestral conhecido como cultura Lovelock, que sobreviveu a uma severa seca migrando temporariamente para áreas mais elevadas. Ao contrário do que se acreditava anteriormente, essa cultura não desapareceu por volta de 1250 d.C., mas se fundiu a outros povos, dando origem a populações indígenas que persistem até os dias de hoje.


