Nayara: a amiga que foi mantida refém com Eloá Pimentel
Aventuras Na História
Em outubro de 2008, os olhos e lentes da imprensa nacional voltavam-se para o município de Santo André, em São Paulo, com o sequestro de Eloá Cristina Pimentel chocando o país com suas reviravoltas em transmissões ao vivo. Eloá tinha apenas 15 anos quando foi feita refém dentro do apartamento onde morava com a família por seu ex-namorado, Lindemberg Alves, de 22.
O sequestro, que durou mais de 100 horas, contou com intervenção de apresentadora de TV e diversos protocolos incorretos durante as ações policiais de resgate, acabou em uma tragédia, com a morte de Eloá. Contudo, também vitimou Nayara Rodrigues da Silva, sua melhor amiga, que recebeu um tiro no rosto.
Nayara também foi feita refém por Lindemberg, que exigia a reconciliação com Eloá, mas a jovem acabou sendo libertada junto de outros dois amigos que faziam um trabalho escolar na residência da vítima fatal. Durante o sequestro, ela ainda retornou ao apartamento onde o crime ocorria, considerado um erro grave permitido pelos agentes de segurança.
Imagem de Eloá no apartamento de Lindemberg Alves - Crédito: Divulgação/Youtube
A única sobrevivente dos momentos finais do sequestro, ela foi levada ao hospital e passou por uma cirurgia para retirada da bala, tendo que enfrentar uma longa recuperação e tratamento das lesões. Ela foi internada no Centro Hospitalar de Santo André.
O caso teve grande repercussão na mídia e gerou debates sobre a atuação da polícia e dos meios de comunicação durante sequestros de reféns. A tragédia também despertou a atenção para a violência contra a mulher e a importância de combater o machismo e o controle excessivo sobre as mulheres.
Depois do crime
Após cursar engenharia, Nayara tem uma vida discreta. Ela evita dar entrevistas ou falar sobre o caso. Uma das poucas ocorreu no mês seguinte ao crime, ao ser entrevistada por Renata Ceribelli no programa dominical ‘Fantástico’, da TV Globo.
Eu não tenho raiva. Eu só não perdoo ele pelo que ele fez com a Eloá, não por ele ter atirado em mim, mas por ele ter tirado a vida de uma pessoa maravilhosa. Eu tenho muito medo. Ele pode ficar 30 anos na cadeia; o que eu souber que ele vai sair, pode ter certeza que eu vou estar morrendo de medo”, explicou.
Além disso, no ano de 2018, a Justiça de São Paulo condenou o governo a pagar uma indenização de R$ 150 mil, destacando os erros da ação policial que culminaram nos danos morais pela perda da amiga, cárcere privado e ferimentos, como informou a revista Máxima.
O veículo acrescenta que a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, também tentou entrar com o mesmo recurso na justiça, o que foi negado por juízes. A justificativa é que a morte da jovem foi resultado da ação do criminoso, que já foi julgado e estava preso na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo — desconsiderando responsabilidade do Estado.