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Novas evidências podem reescrever história da ocupação humana na Europa
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Novas evidências podem reescrever história da ocupação humana na Europa

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Aventuras Na História
28/01/2025 16h30
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©Divulgação/Nature Communications/Curran et al.
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Uma nova pesquisa realizada no sítio de Grăunceanu, na Romênia, pode reescrever o que se sabe sobre a ocupação humana na Europa. No local, foram descobertos vestígios de atividade hominídea de pelo menos 1,95 milhão de anos, o que os torna os mais antigos sinais da presença humana no antigo continente conhecidas.

Segundo o Archaeology News, a Formação Tetoiu no Vale do Rio Olteț, onde está Grăunceanu, é uma área com um nível impressionante de preservação, com achados da era do Pleistoceno Inferior, que enriquecem o que se sabe sobre o comportamento de antigos hominídeos.

No novo estudo, pesquisadores da Universidade de Ohio e outras instituições examinaram um total de 4.524 amostras de ossos encontrados em Grăunceanu, dos quais 20 apresentavam modificações antropogênicas. Destas, sete podem ser caracterizadas como marcas de corte propositais, feitas com ferramentas líticas.

Então, a partir de datação de urânio-chumbo, foi determinado pelos pesquisadores que os fósseis analisados tinham em média 1,95 milhão de anos, o que torna Grăunceanu o mais antigo sítio de atividade hominídea conhecido da Europa.

Nossos resultados, apresentados juntamente com várias outras linhas de evidências, apontam para uma presença generalizada, embora talvez intermitente, de hominídeos na Eurásia por pelo menos 2 milhões de anos", escrevem os especialistas no artigo, publicado na Nature Communications.

Vale mencionar ainda que o que era considerado a evidência mais antiga de hominídeos da Europa data de cerca de 1,4 milhão de anos, tornando a nova descoberta várias centenas de milhares de anos mais antiga.

Vestígios de ação de hominídeos encontrados na Romênia / Crédito: Divulgação/Nature Communications/Curran et al.
Vestígios de ação de hominídeos encontrados na Romênia / Crédito: Divulgação/Nature Communications/Curran et al.

Rotas migratórias

Com a presença de hominídeos descoberta recentemente na Romênia, os pesquisadores apontam para a possível existência de rotas de migração mais antigas que as conhecidas, e possivelmente até mais sofisticadas em direção à Eurásia. Isso, por sua vez, refuta a teoria atual de que os hominídeos se espalharam principalmente pelo Oriente Próximo, indo posteriormente para a Europa.

Outro detalhe destacado no estudo é que o ecossistema em Grăunceanu no período Villafranchiano Tardio (entre 2,2 milhões e 1,9 milhão de anos atrás) era de uma floresta-estepe temperada, com chuvas sazonais. Além disso, há indícios de que a região tinha invernos amenos e verões chuvosos, o que teria colaborado com a dispersão de hominídeos nas fases interglaciais.

Outros fatores que sugerem a diversidade biológica da região no período são ossos de mamute, um rinoceronte e até uma espécie extinta de macaco europeu ali encontrados. Além de outras espécies adaptadas ao calor, como avestruzes e pangolins, que reforçam ainda mais a hipótese de que as condições climáticas eram favoráveis para a ocupação hominídea.

Apesar dos fortes indícios da presença de hominídeos na região, ainda não há nenhum registro fóssil direto destes indivíduos encontrado no local, o que segue levantando questões sobre quais eram as espécies de hominídeos envolvidas. Agora, os cientistas reforçam a importância de seguir com mais explorações e estudos na região, a fim de compreender mais sobre a ocupação humana pela Ásia Central e Europa Oriental.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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