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O curiosa história por trás do cemitério de gatos em Santa Catarina
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O curiosa história por trás do cemitério de gatos em Santa Catarina

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Aventuras Na História
21/05/2023 12h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15565223/original/open-uri20230521-18-lzy5yz?1684671126
©Reprodução/Vídeo/YouTube
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O Brasil é inegavelmente um país muito vasto, de proporções continentais. E por isso, mesmo que sua existência não seja tão longa quanto a de alguns países europeus, tendo pouco mais de 500 anos, ainda é possível que aqui existam muitas histórias diferentes a serem contadas, de lugares distintos.

E uma história com certeza intrigante é a que existe por trás de um curioso cemitério de gatos localizado na cidade de Blumenau, em Santa Catarina. E um passeio por ele permite não só ver as intrigantes lápides de felinos, como também conhecer um pouco sobre sua dona: Edith Gaertner, uma ex-atriz que viveu uma bombada fama e também uma forte reclusão. 

Edith Gaertner

Descendente direta de Dr. Hermann Blumenau, fundador da cidade, Edith Gaertner nasceu em 1882. Era a filha caçula — de um total de oito irmãos — do cônsul da Alemanha e a da fundadora do teatro da cidade.

Quando tinha 20 anos, depois que seus pais faleceram, ela decidiu sair sozinha do Brasil, e arriscar uma nova vida no exterior. No Uruguai, chegou a trabalhar como governanta de uma família, mas foi só na Argentina que conseguiu começar a correr atrás de seu maior sonho da vida: ser atriz.

"Foi lá que conheceu Elenora Duse, uma atriz alemã, que foi sua musa inspiradora", disse a professora Sueli Petry, então diretora do Patrimônio Histórico de Blumenau, como informado pelo g1 em 2015.

Tempos de ouro

Eventualmente, viajou até a Europa, onde viveu seus anos de ouro. Na época, viajou pelas cidades mais famosas do Velho Continente, apresentando icônicas peças clássicas em alguns dos teatros mais famosos. De acordo com historiadores, a crítica a recebia com muitos elogios, sendo sempre sua dicção e "mímica" muito bem elogiados.

Como se sabe, o pós-Primeira Guerra Mundial foi cruel com a Alemanha, levando muitas dificuldades para população. Assim, em 1924, quando recebeu uma informação de que seus dois irmãos ainda solteiros estavam muito doentes, não foi difícil para Edithabandonar a carreira e voltar ao Brasil.

Reclusão

Quando voltou para Blumenau, Gaertner retornou para a casa de sua família, onde hoje fica o Museu da Família Colonial e o horto. Quando tinha pouco mais de 40 anos, passou por uma grande mudança em sua vida, deixando de ter aquela vida agitada pela qual era conhecida:

Solteira, Edith nunca teve filhos. Não trabalhou mais com teatro, vivia enclausurada. Para passar o tempo tinha gatos, e toda a parte afetiva era para eles. Tinha seis, sete gatos de uma vez só, e à medida que os gatos foram morrendo, ela os enterrava nos fundos da casa", explicou Sueli.
Imagem antiga de Edith Gaertner segurando um gato
Imagem antiga de Edith Gaertner segurando um gato / Crédito: Reprodução/Vídeo/YouTube

 

Rituais

A professora garante, também, que pelo menos 50 gatos foram enterrados na propriedade, embora somente nove lápides existam no local. Além disso, a pesquisadora também afirma que "ela fazia uma ritualística no enterro desses gatos", demonstrando que aquilo era muito importante para ela.

Enquanto viva, Edith doou aquele terreno onde enterrava os bichanos à prefeitura, que transformou o imóvel em um museu, depois de sua morte. "Em respeito a Edith, foi mantido o cemitério de gatos. Foi Ferreira da Silva quem colocou as lápides com os nomezinhos deles", disse Sueli.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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