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O imperador francês Napoleão Bonaparte foi envenenado?
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O imperador francês Napoleão Bonaparte foi envenenado?

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Aventuras Na História
17/09/2023 13h00
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O ano de 2023 está cada vez mais próximo de seu fim, mas ainda assim os amantes de cinema podem aguardar, para antes de 2024, um lançamento que promete ser uma das mais relevantes e lembradas do ano: 'Napoleão', dirigido por Ridley Scott — diretor famoso por seus trabalhos em 'Blade Runner' (1982) e 'Gladiador' (2000), além de suas continuações.

'Napoleão' tem data de estreia prevista para 22 de novembro deste ano, com direção de Scott. Além disso, também chama atenção seu elenco: o vencedor do Oscar Joaquin Phoenix dando vida ao importante líder francês, Napoleão Bonaparte, e Vanessa Kirby à imperatriz Josefina, sua esposa com a qual viveu um turbulento romance.

+ A relação turbulenta entre Napoleão e Josefina, que será mostrada em filme;

"Napoleão (Joaquin Phoenix) poderia ter sido um soldado desconhecido, mas provou sua capacidade e rapidamente subiu de posto nas fileiras militares, chegando a general aos 24 anos. Impetuoso e implacável, na liderança do exército francês, ganhou fama como grande conquistador de batalhas e de corações, como o de Josephine (Vanessa Kirby), com quem casou e viveu um conturbado relacionamento. E como o sucesso tem seu preço, ao ser incentivado a reinar na França, tornou-se também um imperador tirano que precisava ser destruído pelos inimigos", explica a sinopse do Kinoplex.

Um homem que viveu em torno de muitas glórias e controvérsia, Napoleão Bonaparte foi um dos grandes responsáveis pela expansão e por uma das épocas mais poderosas do império francês. Porém, após sua derrota na Batalha de Waterloo (1815) partiu para o exílio na ilha de Santa Helena, onde viveu até sua morte em 5 de maio de 1821.

A morte de Napoleão

Em seus anos finais, Napoleão Bonaparte dedicou-se principalmente a registrar suas memórias, até que foi levado em decorrência de problemas em sua saúde. Quem o acompanhou até seu fim foi o médico italiano François Carlo Antommarchi, que fez uma série de anotações no período e, a partir destas, algumas hipóteses sobre a causa da morte do imperador exilado foram teorizadas ao longo dos anos.

O próprio Antommarchi descreveu na autópsia de Napoleão que a causa de sua morte teria sido um câncer no estômago, da mesma maneira como seu pai, Carlo Maria Bonaparte. Outros, porém, acreditam que pode ter sido uma úlcera que não fora tratada adequadamente, o que culminou no desgaste de alguns órgãos vitais.

No entanto, algumas das teorias mais difundidas associam a morte do antigo imperador a um diagnóstico de 1961, que apontou traços de arsênico, um produto tóxico utilizado como veneno no passado, em amostras de cabelo de Napoleão. Isso, no caso, poderia ter resultado no câncer, caso então a morte não teria ocorrido, na verdade, por envenenamento.

Ilustração 'A Morte de Napoleão', de 1821
Ilustração 'A Morte de Napoleão', de 1821 / Crédito: Foto por Wellcome Images pelo Wikimedia Commons

 

De fato, a hipótese de envenenamento sempre chamou atenção, ainda mais se considerar que Napoleão certamente contava com uma grande lista de inimigos. No entanto, em 2008 pesquisadores italianos se debruçaram sobre a misteriosa morte, e puderam desmentir a teoria de envenenamento.

População envenenada?

Segundo o estudo, os níveis de arsênico no organismo de Napoleão eram, de fato, altos se comparado com os identificados hoje em dia em uma pessoa saudável. No entanto, o número não era surpreendente, se comparado com a população da época.

"Digamos que o arsênico era muito usado na Europa no começo do século 19, até como remédio. Há registros de seu uso em fortificantes, em corantes e bebidas", explicou ao G1, em 2008, a toxicóloga italiana Angela Santagostino, da Universidade de Milão-Bicocca, que participou do estudo. 

É claro que só podemos fazer deduções, mas os dados que obtivemos sobre os níveis de arsênico comuns na época, junto com os detalhes da autópsia de Napoleão, não mostram nenhum sinal de envenenamento deliberado."
O antigo imperador francês Napoleão Bonaparte
O antigo imperador francês Napoleão Bonaparte / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

 

Comparação de amostras

Para o estudo, os pesquisadores utilizaram-se de uma técnica que indicou, com precisão, a quantidade de arsênico no tecido capilar de uma série de amostras de cabelo de Napoleão, retiradas em diferentes períodos de sua vida: uma quando ele ainda era menino, outra de seu primeiro exílio, na ilha de Elba, na Itália, e uma terceira de quando fora exilado em definitivo na ilha de Santa Helena. Isso tudo, além de amostras relativas a seu filho, Napoleão II, e a primeira esposa, a imperatriz Josefina.

E de fato, o estudo revelou dados que surpreendem: não só Napoleão, como as pessoas do século 19, em geral, apresentavam 100 vezes mais arsênico em seu corpo quando comparadas com indivíduos saudáveis atualmente. Além disso, a variação ao longo da vida do imperador foi pequena, o que tira forças da teoria de envenenamento premeditado.

Emblemática pintura de Napoleão Bonaparte montado em seu cavalo
Emblemática pintura de Napoleão Bonaparte montado em seu cavalo / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

 

Curiosamente, existem poucos registros do passado que permitem associar problemas de saúde da população francesa aos níveis de arsênico, indicando que os efeitos da substância nos organismos eram quase nulos. "Apesar de altos, parece que os níveis não são suficientes para causar problemas", disse na entrevista Angela Santagostino.

Por outro lado, o organismo também pode se adaptar ao arsênico e até se beneficiar com ele. A ração para galinhas, por exemplo, pode incluir arsênico porque ele favorece o crescimento dos animais", acrescenta.

Assim, as análises feitas nos fios de cabelo de Napoleão não indicam que ele foi envenenado, como muitos imaginam até os dias atuais. 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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