O jovem que sofreu morte terrível em caverna e cujo corpo jamais foi recuperado

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Era 22 de março de 1959, especificamente por volta das 16h da tarde, quando o estudante universitário Oscar HackettNeil Moss, de 20 anos de idade, ficou preso em uma caverna na Inglaterra.
O rapaz, que era aluno da Universidade de Oxford, explorava uma fenda recém-descoberta na Peak Cavern — um sistema de cavernas próximo à vila de Castleton, no condado de Derbyshire — acompanhado por sete colegas espeleólogos.
Bastante corajoso, o jovem filho de um executivo da indústria do algodão decidiu ser o primeiro a descer pelo estreito poço de 45 centímetros de largura e cerca de 12 metros de profundidade.
Porém, pouco após iniciar a exploração da fenda em espiral, Moss se viu em uma delicada situação: preso pelos ombros, o homem de mais de um metro e noventa de altura era incapaz de se mover para cima ou para baixo.
Para piorar, o espaço reduzido e o formato de “saca-rolhas” do poço tornaram qualquer manobra de resgate extremamente difícil. E foram muitas tentativas.
Os esforços para salvar o universitário mobilizaram centenas de pessoas, incluindo espeleólogos amadores, membros da Marinha Real britânica e da Força Aérea. Mas, apesar do empenho, nenhum dos voluntários conseguiu libertá-lo e o jovem não sobreviveu.
A história trágica de Neil Moss foi contada no documentário de 2006 "Fight for Life: The Neil Moss Story", de David Webb.

Sem oxigênio
Um fator importante a ser mencionado é que o ar no local começou a se deteriorar muito rapidamente, de modo que o inglês passou a respirar quantidades perigosas de dióxido de carbono.
De acordo com o Daily Mail, uma máscara de oxigênio chegou a ser enviada a Moss à meia-noite do dia 23, mas o espeleólogo amador já estava tão exausto e imobilizado que não conseguiu usá-la. "Ele ainda está falando, mas sua fala está arrastada", disse um socorrista à 1h15 daquela madrugada. O jovem chegou a perder a consciência mais de uma vez.
Um médico que passou nove horas no local tentando resgatar o rapaz declarou na época: "Só um milagre pode salvá-lo agora. Sua respiração está ficando cada vez mais fraca."
Tentativas arriscadas
Vários voluntários arriscaram suas vidas durante as tentativas de resgate. Ron Peters, um espeleólogo de Derby, chegou a morder as costas de Moss em uma tentativa desesperada de se aproximar mais.
Conseguiu subir o corpo do estudante cerca de 45 centímetros antes de ser vencido pela exaustão e pelos efeitos do dióxido de carbono. Outro jovem, Roy Fryer, de apenas 18 anos, também tentou chegar até Moss, mas teve que recuar devido à atmosfera tóxica.

Durante mais de dois dias, foram feitas tentativas de resgate com cordas, lascamento de rochas e até planos para escavar um túnel alternativo, mas sem sucesso.
Com a chegada de chuvas fortes e o risco de inundação, as equipes precisaram abandonar temporariamente o local. Ao retornarem, já não conseguiam mais ouvir a respiração de Moss. Às 3h da manhã do dia 24 de março, o estudante foi declarado morto.
Entrada selada
Com grande pesar, o pai de Neil, Eric Moss, que permaneceu o tempo todo próximo à entrada da caverna, solicitou que o corpo de seu filho fosse deixado onde estava, temendo novas mortes caso tentassem recuperá-lo. A entrada do poço foi então selada com pedras, transformando o local no túmulo final do rapaz.
No fim, Ron Peters foi condecorado com a Medalha George por sua bravura. Outros três socorristas, Les Salmon, John Thompson e o tenente de voo John Carter, receberam a Medalha do Império Britânico por seus esforços.


