O luxuosos vestidos encontrados em naufrágio do século 17
Aventuras Na História
Mais de tres séculos e meio após o naufrágio de um navio mercante holandês na costa de Texel, no Mar do Norte, uma equipe de mergulhadores conseguiu recuperar baús contendo bens de luxo e levá-los à superfície. O naufrágio, que envolveu um navio não identificado, ocorreu em 1660.
Dentro dos baús, pesquisadores do Museu Kaap Skil, na Holanda, encontraram roupas, tecidos, talheres, encadernações de livros de couro e outros bens que provavelmente pertenceram a pessoas das classes sociais mais altas nos séculos passados, segundo informações da CNN Internacional.
Viagem de família
Como as peças de roupas encontradas eram todas de tamanhos diferentes, os especialistas acreditam que pertenciam a uma família que estaria em meio a uma viagem.
Entre os itens mais impressionantes, podemos destacar dois vestidos luxuosos feitos de seda, quase intactos se considerarmos o tempo que estiveram submersos.
Um desses vestidos, que é bastante trabalhado com detalhes em prata, seria, muito provavelmente, um vestido de noiva, conforme teorizaram os pesquisadores.
Como destaca a fonte, são raros os casos de tecidos e roupas do século 17 que permanecem preservados hoje em dia. Ainda mais incomum é encontrá-los em naufrágios, uma vez que o tecido se degrada rapidamente.
Vestido prateado
Como compartilhado pelo museu, a restauradora têxtil e conselheira Emmy de Groot expressou sua emoção ao ver a roupa pela primeira vez:
A roupa é algo muito pessoal. E você está segurando algo em suas mãos que foi usado no corpo de alguém. Quão perto você pode chegar de alguém do século 17?" disse ela.
O vestido prateado, revelado ao público em novembro de 2022, juntou-se à coleção de itens recuperados do Naufrágio de Palmwood, como é conhecido o evento, no Museu Kaap Skil. A peça foi encontrada em partes separadas, contando com corpete e saia.
"Deve ter sido um dos vestidos mais extraordinários que uma senhora das classes sociais mais altas da Europa Ocidental teria usado em sua vida. A prata desaparece e se deteriora relativamente rápido em ambientes salgados, mas os traços e padrões das decorações originais ainda são visíveis", disse o conservador Alec Ewing.
O vestido floral
O segundo vestido, revelado no ano de 2016, é feito de damasco de cetim de seda, e apresenta um tecido com padrão floral. A peça conta com corpete, mangas bufantes e uma saia plissada completa, com abertura frontal, similar às modas da Europa Ocidental entre 1620 e 1630.
Além disso, o vestido apresenta mangas adornadas com borlas de seda e botões de prata ou dourados, além de uma gola alta feita de linho ou renda, entre outros detalhes.
De acordo com a fonte, originalmente, a peça tinha uma cor única. Entretanto, com o passar do tempo, os corantes foram se dissolvendo e outras roupas no mesmo baú acabaram por deixar manchas no tecido, passando a ter três cores: marrom, creme e vermelho.