O que causou a extinção do pássaro Dodô?
Aventuras Na História
Nesta semana, uma curiosa startup sediada na cidade de Dallas, no Texas, EUA, revelou que inicia trabalhos para tentativas do que chamou de "deextinção", ou seja, um projeto com base em amostras de DNA de animais extintos para realizar uma espécie de ressurreição biológica, revivendo alguns animais.
De acordo com a empresa, conduzida pela paleogeneticista Beth Shapiro, eles já obtiveram amostras de espécies como mamutes e, em especial, os dodôs, ave antiga e ancestral direta dos pombos, cuja extinção está estimada próxima do século 17, quando suas últimas visualizações foram registradas na literatura científica.
O tal pássaro, componente da família Raphidae, apesar de parente diretos dos numerosos pombos modernos, tinham algumas caraterísticas únicas da espécie; pesavam cerca de 23 quilos e tinham um tamanho aproximado ao de um peru. Contudo, não podia voar, dadas as asas desproporcionais ao impulso e planagem, como informou o portal da revista Super Interessante.
Pelo fato de não voarem e não possuírem constituição física que possibilitava longas jornadas de deslocamento, a concentração da espécie se dava nas ilhas Maurício. Por lá, ocorreu a colonização de holandeses, datada em 1598, que aproveitavam a parada de longas jornadas cruzando os mares com navios para se alimentarem do pássaro local, chegando a descrever os dodôs como saborosos, posteriormente, se tornando um item da culinária local.
Sumindo do mapa
Não apenas os navegantes humanos chegavam no local colonizado, mas animais domesticados, como cães e gatos, eram trazidos pelos donos nas caravelas rumo às ilhas Maurício, contribuindo para a caça dos bichos e também ataques aos filhotes e até aos ovos de dodô nos ninhos, anteriormente escondidos com tranquilidade de outros bichos da fauna local — mas então atrapalhados pelos novos e ágeis animais.
Ainda de acordo com o veículo, os registros do século seguinte mostraram como a adaptação humana nas ilhas contribuiu para o desaparecimento da rara ave; menos de 100 anos depois da chegada, no ano de 1681, já não havia mais dodôs visíveis no espaço aéreo local, sendo os últimos registros de avistamento do pássaro.
Dessa forma, é compreendida a extinção da espécie, ao menos pela literatura científica, restando apenas esqueletos, retirados do arquipélago e distribuídos entre acervos de laboratórios e museus espalhados pela Europa, Estados Unidos e, em especial, em Maurício.
Uma das amostras de restos mortais de um dodô chegou nas mãos da empresa texana e é classificada como de "alta qualidade" para análise e, possivelmente, replicação de DNA. Contudo, ainda não há comprovação da viabilidade de tal ressuscitação.