O que disse a mulher que se passou por uma adolescente do ensino médio?
Aventuras Na História
No ano de 2022, uma sul-coreana chamada Hyejeong Shin decidiu mudar a rotina por completo; dois anos antes, ela se formava em ciências políticas pela Rutgers University, nos Estados Unidos, e iniciando o mestrado, sofria de problemas afetivos e socioeconômicos após um amargo divórcio, fazendo com que ela abandonasse a rotina — mas sem se afastar dos estudos.
Morando em uma residência próxima à universidade, ela encontrou uma nova instituição de ensino a 5 quilômetros de onde morava, a New Brunswick High School, em Nova Jersey. Contudo, tratava-se de uma instituição de Ensino Médio, sem nenhum tipo de curso livre. Mesmo assim, ela reuniu uma série de documentos falsos para reviver a experiência do ginásio.
Fingindo ter 16 anos, ela pediu a transferência como se fosse aluna por vários meses, chegando a realizar atividades complementares e eletivas, como permite o sistema de educação dos EUA.
Além disso, Shin frequentava a escola diariamente e participava de todas as atividades escolares, como aulas, eventos esportivos e reuniões de pais e mestres, tudo sem ninguém saber sua idade real, como informou o The New York Times.
Fachada do New Brunswick High School / Crédito: Mr. Matté / Wikipedia Commons
A moça ainda se aproveitou de uma legislação estadual, que obriga todas as crianças a serem matriculadas no início do ano letivo, mesmo com a ausência dos documentos necessários, visando evitar a evasão. Dessa forma, ela tinha os 30 primeiros dias de aula para enviar provas adicionais, que eram solicitadas diretamente pela direção, com modelos que facilitavam a falsificação.
Descoberta
A farsa conseguiu durar até o início de 2023, quando ela ainda acompanhava aulas e já havia feito amizades dentro do colégio, chegando a tentar marcar encontros com colegas em um local fora da escola.
A descoberta da mentira se deu após funcionários da escola identificarem a falsificação de documentos chamando a polícia local, efetuando sua prisão em 24 de janeiro, justamente na metade do ano letivo norte-americano.
Alvo de polêmica amplamente noticiada nos veículos locais, os pais de outros alunos, indignados pela facilidade em que uma mulher de 29 anos transitou pelas imediações da instituição pública de ensino, pediram explicações, com uma delas partindo da própria falsificadora em tribunal; ela assegurou que não tinha nenhuma intenção de “trazer danos ou violência aos alunos, funcionários ou professores”.
De acordo com a rede ABC, a defesa da mulher chamou ainda mais atenção ao tentar justificar a invasão, que perdurou por meses. De acordo com seu advogado, ela estava sozinha e carente após o divórcio e queria reviver as sensações da adolescência, quando tinha mais facilidade para fazer novas amizades.
Em nenhum momento alguém ou aluno esteve em perigo e todo esse caso é mais sobre minha cliente querer retornar a um lugar seguro e acolhedor e um ambiente que ela olha para trás com carinho e nada mais”, disse ele à emissora.
Shin ainda está sendo julgada e poderá pegar até 5 anos de prisão pelas falsificações. Contudo, está desde os 16 anos legalmente nos Estados Unidos, sem o risco de ser deportada de volta para a Coreia do Sul.