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O que disseram os sobreviventes de queda de balão em SC
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O que disseram os sobreviventes de queda de balão em SC

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Aventuras Na História
23/06/2025 15h50
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Os sobreviventes do acidente com balão ocorrido em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, relataram os momentos de tensão vividos entre a decolagem, o início do incêndio e o pouso forçado que terminou com oito mortos.

Em entrevista à NSC TV, exibida pelo Fantástico neste domingo, 22, eles contaram que as dificuldades começaram ainda no solo e que o voo foi marcado pela instabilidade desde o início.

Segundo os depoimentos, o grupo tentou decolar anteriormente em outro local, mas precisou mudar de ponto por causa dos ventos fortes. As imagens da decolagem, que circulam nas redes sociais, mostram o balão balançando logo nos primeiros instantes.

“No início, o balão estava bem instável”, afirmou Marcel Cunha Batista, gerente de desenvolvimento de software de Florianópolis, que voava com a esposa, a professora Thayse Elaine Broedbeck Batista.

balão
Sobreviventes Thayse Elaine Broedbeck Batista e Marcel Cunha Batista / Crédito: Reprodução/NSC TV

Para muitos, era a primeira experiência com esse tipo de passeio. “A gente nunca tinha voado, nunca tinha nem visto um voo de balão. Então não sabíamos se aquilo era normal ou não”, disse a médica veterinária Laís Campos Paes, de Curitibanos, que estava com o companheiro, Victor Hugo Mondini Correa.

Cerca de dois minutos após a decolagem, o fogo começou na cabine, no centro do cesto. Segundo o próprio piloto, Elves Crescêncio, único tripulante profissional a bordo, as chamas teriam surgido na tampa de um dos cilindros de gás. Ele tentou conter o incêndio com um extintor, mas o equipamento falhou.

Ao perceber a gravidade da situação, orientou que todos pulassem, já que o balão ainda estava relativamente próximo do solo. “A gente percebeu o início de chama no piso. Não sei de onde veio aquele fogo. E depois acabou indo pro cilindro. Acho que são quatro cilindros no entorno de onde fica o piloto, e aí [o fogo] foi para os outros cilindros”, relatou Marcel.

“A gente só ia para trás, sentindo aquele calor forte e rezando para que aquele cilindro não estourasse”, contou Victor Hugo. Foram cerca de 20 segundos entre o início das chamas e o impacto no solo. O balão desceu em diagonal e bateu com força, tombando.

Treze pessoas conseguiram saltar, incluindo o piloto. Parte foi lançada para fora com o impacto. Todos caíram em um arrozal lamacento, o que ajudou a amortecer a queda. “A gente conseguiu evitar mais lesões por causa dessa lama”, afirmou Victor.

Vítimas

Com a perda de peso e o aumento da temperatura dentro do cesto, o balão voltou a subir em chamas. Oito pessoas que não conseguiram escapar foram levadas junto. De acordo com o Corpo de Bombeiros, quatro morreram carbonizadas no cesto e outras quatro ao cair.

Quando eu saí da lama e abri o olho, achei que todo mundo tinha conseguido, que todo mundo tinha caído. Eu não entendi que não tinha caído todo mundo. E aí, quando eu virei, vi que o balão ainda estava no ar e aí a gente começou a ver as pessoas caírem”, relatou Laís, emocionada.

Após o acidente, os sobreviventes se reuniram no microônibus da empresa responsável pelo passeio, Sobrevoar, e foram levados à sede. Lá, alguns receberam atendimento médico e psicológico.

“Parece que a gente tá o tempo todo lutando contra os pensamentos. As pessoas e as famílias que a gente viu pela metade na volta, sabe? Essa memória é a mais difícil e é muito viva: dessas pessoas procurando os familiares”, desabafou Laís.

“A gente sabe que vai lembrar disso a vida inteira. Isso não vai sair da cabeça, não existe essa função de deletar, né? E é isso. A gente vai aos poucos organizando a cabeça para poder seguir em frente, agradecendo por estarmos vivos, mas muito tristes pelas pessoas que não conseguiram”, acrescentou Victor.

A Polícia Civil já ouviu o piloto e cinco sobreviventes. A empresa tinha autorização para operar, segundo os documentos analisados até agora. As investigações vão apurar se houve negligência, imperícia, imprudência ou dolo. O piloto e o dono da empresa podem ser indiciados por homicídio doloso ou culposo, conforme o andamento do inquérito.

O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão ligado à Força Aérea Brasileira, disse em nota que enviou técnicos ao local do acidente. O relatório final será divulgado publicamente assim que a apuração for concluída.

A Sobrevoar suspendeu todas as operações por tempo indeterminado e afirmou estar prestando apoio às famílias. As vítimas começaram a ser veladas no domingo. Seis eram naturais de diferentes cidades de Santa Catarina; um casal veio do Rio Grande do Sul.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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