O que foi a Guerra do Yom Kippur? Conflito é retratado no filme 'Golda'
Aventuras Na História
Nesta quinta-feira, 31, cinemas de todo o Brasil começam a exibir o filme 'Golda — A Mulher de Uma Nação'. Sob a direção de Guy Nattiv e com Helen Mirren no elenco, dando vida à protagonista Golda Meir, o filme compreende um novo retrato da chamada Guerra do Yom Kippur, que ocorreu na fronteira entre Israel e Egito, sob o olhar da ex-primeira-ministra de Israel.
Conforme descreve a sinopse, "a primeira-ministra israelense Golda Meir (Helen Mirren), também conhecida como a 'Dama de Ferro de Israel', deve tomar decisões extremamente importantes e é responsável pela segurança de seu país em 1973, quando Egito, Síria e Jordânia lançam um ataque surpresa contra Israel em seu dia santo. Durante a Guerra do Yom Kippur, as vidas de muitas pessoas são de sua responsabilidade e ela deve prevalecer contra os membros do gabinete exclusivamente masculinos que são hostis a ela".
Sabe-se que a Guerra do Yom Kippur, que durou entre os dias 6 a 25 de outubro de 1973, recebeu esse nome devido ao feriado judaico em que se iniciou: o Yom Kippur, considerado o dia mais sagrado do ano para o judaísmo.
Em um dos lados do conflito estava Israel, e do outro uma coalizão de países árabes, liderados pelo Egito e Síria. Entenda como ocorreu este conflito.
Israelenses x árabes
Inicialmente, é importante compreender que o Estado de Israel é recente, criado em maio de 1948 através de um plano proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU), como um refúgio para os judeus depois da Segunda Guerra Mundial e o Holocausto.
No entanto, desde sua criação, outros países árabes da região rejeitaram a presença israelense — devido principalmente às diferenças religiosas, mas também às disputas econômicas, territoriais e pelo domínio da cidade de Jerusalém, sagrada para ambos os lados —, e assim surgiram grupos radicais que atacaram os "invasores", de acordo com o portal Mundo Educação, do UOL.
As ações desses grupos radicais, eventualmente, se tornaram conflitos armados completos — entre eles, está a Guerra dos Seis Dias (1967) —, mas, no fim, a vitória foi de Israel, apoiado militar e financeiramente pelos Estados Unidos. Assim, o novo Estado ampliou sua presença no Oriente Médio, anexando territórios que, outrora, pertenciam ao Egito e à Síria.
No entanto, esses povos de origem árabe não concordaram com a expansão de Israel por seus territórios e, em 1973, mais uma vez, os dois grupos se colocaram a postos em campo, na chamada Guerra do Yom Kippur. Enquanto os árabes queriam expulsar os israelenses do Oriente Médio, Israel pretendia reforçar sua presença na região.
Guerra do Yom Kippur
Foi no derradeiro dia 6 de outubro de 1973, no feriado mais importante para o judaísmo, que tropas egípcias e sírias coordenaram os primeiros ataques militares da Guerra do Yom Kippur contra bases israelenses na região do Canal de Suez, uma ligação entre os mares Mediterrâneo e Vermelho, portanto, um importante ponto de conexão para navios comerciais — por isso, era motivo de interesse para ambos os lados.
Para o combate, os egípcios atacaram ao atravessar as águas do Canal de Suez, enquanto os sírios foram pelo lado da Colina de Golã. A princípio, os árabes não tiveram grandes problemas com a invasão, fator considerado um êxito — o que, depois, provou-se um engano.
Rapidamente, a marinha de Israel interveio o ataque, derrotando todas as embarcações árabes no Mar Mediterrâneo, além de expulsar por terra os demais soldados árabes. Foi neste incansável conflito que, no dia 26 de outubro de 1973, israelenses declaram terem oficialmente derrotado mais uma vez os árabes, e mantiveram os territórios que conquistaram na Guerra dos Seis Dias.
Acordo de paz
Cinco anos depois da vitória de Israel na Guerra do Yom Kippur, em 1978, israelenses e árabes discutiram um acordo de paz em Camp David — retiro rural do presidente norte-americano, no estado de Maryland —, nos Estados Unidos. Na ocasião, o Egito finalmente reconheceu a derrota e existência do Estado de Israel, retomando assim as relações diplomáticas entre os países.
No entanto, vale pontuar que ainda existiriam consequências do embate: em retaliação ao apoio do Ocidente a Israel, os árabes, na época os maiores produtores de petróleo do mundo, aumentaram o preço do barril do produto, levando a uma necessidade de se buscar novas fontes de energia.