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O que são os retratos de Fayum, relacionados a descoberta no Egito
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O que são os retratos de Fayum, relacionados a descoberta no Egito

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Aventuras Na História
08/12/2022 19h22
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15329795/original/open-uri20221208-17-l021m9?1670527584
©Divulgação / Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito
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Um grupo de pesquisadores encontrou recentemente uma série de retratos de múmias e artefatos raros no sítio arqueológico egípcio de Gerza, em Fayum. A vila agrícola de Gerza foi implementada pelo rei Ptolomeu II no século 3 a.C. e abrigou egipcios e gregos.

De acordo com informações da revista Galileu, os objetos foram localizados em um grande edifício funenário datado das eras ptolomaica e romana.

Encontrada em 2016, a tumba subterrânea foi construída com piso feito à base de argamassa de cal colorida e decorado com azulejos.

Na última escavação realizada no local, os arqueólogos encontram uma série de caixões de madeira decorados e ainda seis imensos túmulos de tijolos de barro. Os itens mais impressionantes, porém, são os retratos de múmias que foram encontrados junto aos caixões, já que, como mencionou a fonte, a última descoberta do tipo ocorreu há mais de cem anos.

Retratos de Fayum

Elas olham fixamente para você e parecem observar tudo com insistência. As pinturas egípcias conhecidas como Retratos de Fayum mostram pessoas comuns, provavelmente de classe média alta.

Elas pertencem ao fim do período ptolomaico e começo do domínio romano, que começara em 30 a.C. com a derrota de Cleópatra e Marco Antônio. A dinastia ptolomaica, grega, fora fundada por um general de Alexandre em 301 a.C. Cleópatra foi a última rainha ptolomaica. 

Embora os egípcios antigos tivessem traços essencialmente negros, processos de miscigenação levaram todas as cores: os rostos podem ser como nos tempos dos faraós, mas também subsaarianos, gregos, romanos e muito mais. 

Roupas e joias indicam classe média-alta / Crédito: Museu Britânico

Os primeiros retratos foram encontrados no século 19, na cidade de Fayum, a 130 quilômetros do Cairo. Mais tarde, foram descobertos também em localidades próximas, como Mênfis e Tebas. 

Um senhor etnicamente grego do século 1 a.C. / Crédito: Museu do Brooklyn

Eles foram pintados entre os séculos 1 e 4 a.C. O estilo é tipicamente greco-romano, ainda que a tradição egípcia possa ser vista nos sarcófagos.

Os gregos intervieram muito na religião egípcia. Anúbis e Ísis ainda eram celebrados — e a última até foi adotada em Roma. Egípcios continuaram a fazer múmias até o século 4, e inclusive existem múmias cristãs. 

As pinturas eram feitas em madeira ou peças de linho, usando cera, água e clara de ovo misturadas a pigmentos. Eram quase certamente feitos quando as pessoas ainda estavam vivas, com o objetivo de serem colocados sobre o sarcófago, para mostrar como era a aparência do morto. Isso emulava a maneira como os antigos faraós tinham suas faces esculpidas no sarcófago, mas de forma bem mais barata.

Mulher de cabelos cacheados, moda romana à época, usando brincos e colares / Crédito: Museu Real da Escócia

Há evidências de que as pinturas, antes de irem parar no túmulo, faziam parte da decoração da casa dos retratados. Coisas como irregularidades que impediam o encaixe perfeito nos sarcófagos e diferenças de idade entre a pessoa retratada e a mumificada.

Crédito: Museu Pushkin

Naturalistas, os retratos mostram as pessoas sempre de frente. Egípcios acreditavam que era preciso ajudar os deuses a identificá-los no pós-vida. Daí as faces nos sarcófagos e as pinturas e textos em tumbas, tradições que datavam de 2500 anos antes destes retratos.

Crédito: Museu de Arte Walters

Os Retratos de Fayum são considerados as obras mais preservadas da Antiguidade. Há cerca de 900 exemplares, expostos em museus de todo o mundo, como o Museu do Louvre, em Paris, o Museu Britânico, em Londres, e o Museu Metropolitano de Arte, em Nova York.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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