Ofensa e gesto com o dedo: Os momentos finais de homem executado pelos EUA
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A execução de Carey Dale Grayson, de 50 anos, condenado à morte por um brutal assassinato cometido há 30 anos, foi marcada por momentos de tensão e sofrimento na noite da última quinta-feira, 21, no Alabama, nos Estados Unidos. O homem foi o terceiro condenado a ser executado com gás nitrogênio no país, um método controverso e considerado "tortura" pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Momentos antes de ser executado, Grayson proferiu uma ofensa ao diretor da prisão e fez gestos obscenos com os dedos. A identidade da ofensa não foi divulgada, mas o ato demonstra a tensão e a revolta do condenado nos seus últimos momentos de vida.
A execução ocorreu no Centro Correcional William C. Holman, às 18h (horário local), e foi declarada às 18h33. O eletrocardiograma indicou que o condenado não tinha mais batimentos cardíacos cerca de dez minutos após o início da inalação do gás nitrogênio. No entanto, testemunhas relataram que o americano tremeu e respirou ofegante diversas vezes antes de ser considerado morto, o que levanta questionamentos sobre a eficácia e a humanidade do método de execução.
Hipóxia por nitrogênio
O método da hipóxia por nitrogênio, utilizado pela primeira vez no Alabama em janeiro deste ano, consiste na substituição do ar respirável por gás nitrogênio puro, causando a morte por falta de oxigênio. As duas execuções anteriores realizadas com esse método também apresentaram complicações semelhantes, com os condenados demonstrando sinais de sofrimento antes de falecer.
A decisão de utilizar o gás nitrogênio como método de execução tem sido alvo de críticas por parte de defensores dos direitos humanos e de organizações médicas. Os advogados de Grayson argumentaram que o método causa "sufocamento consciente" e que não garante uma morte rápida e indolor, como afirma o estado. A Suprema Corte dos Estados Unidos, no entanto, negou o pedido de suspensão da execução.
A filha da vítima, Vickie DeBlieux, que foi brutalmente assassinada por Carey e seus comparsas há 30 anos, se manifestou contra a pena de morte. Apesar de lamentar a perda da mãe, Jodi Haley acredita que a sociedade falhou com o rapaz quando ele era criança e que a execução não é a solução para o problema.
Segundo o UOL, a governadora de Alabama, Kay Ivey, defendeu a execução em pronunciamento: "[Os crimes de Carey] foram hediondos, inimagináveis, sem um pingo de consideração pela vida humana e inexplicavelmente maldosos",.