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Os incríveis segredos dos manuscritos do Mar Morto
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Os incríveis segredos dos manuscritos do Mar Morto

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Aventuras Na História
23/04/2025 20h00
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©Divulgação/Roman Schuetz et al.
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No ano de 1946, um pastor que pastoreava cabras nas cavernas de Qumran, no deserto da Judeia, fez uma descoberta que mudaria para sempre o campo da arqueologia: lá estavam os manuscritos do Mar Morto.

Esta coleção impressionante de textos antigos, que inclui escritos bíblicos, calendários e até mapas astrológicos, não apenas ampliou o conhecimento sobre o mundo antigo, como também intrigou cientistas ao redor do mundo pela forma surpreendente como muitos desses documentos resistiram ao tempo por cerca de dois milênios.

Preservação

Embora parte dos mais de mil manuscritos tenha sofrido deteriorações ao longo dos séculos, alguns deles, como o notável Pergaminho do Templo — com impressionantes 7,6 metros de comprimento — foram encontrados em estado notavelmente preservado. Recentemente, pesquisadores revelaram o que pode ser o segredo por trás dessa preservação excepcional — e, paradoxalmente, também um risco à sua conservação futura.

Manuscrito do Mar Morto durante análise em 1955 / Crédito: Getty Images

Composição química

Análises detalhadas utilizando raios-X e espectroscopia Raman, técnica que permite identificar a composição química de substâncias por meio de padrões de luz laser, mostraram que o Pergaminho do Templo foi produzido com métodos diferentes dos demais.

De acordo com informações do portal All That's Interesting, os cientistas identificaram a presença de uma solução mineral salgada sobre a superfície do pergaminho, uma mistura rica em sais de enxofre, sódio, cálcio e outros elementos. Esses minerais formam um revestimento que acredita-se que tenha ajudado a proteger o documento contra os efeitos do ambiente desértico.

No entanto, esse mesmo revestimento pode ser uma ameaça: os sais presentes têm a capacidade de absorver a umidade do ar, o que pode acelerar o processo de degradação do pergaminho, caso ele não seja mantido sob condições de conservação extremamente controladas.

Ainda mais intrigante é o fato de que os componentes do revestimento salino não ocorrem naturalmente nem nas cavernas de Qumran nem no próprio Mar Morto. Isso levou os pesquisadores a suspeitarem que o material utilizado na produção do pergaminho tenha vindo de outra região, sugerindo uma possível importação e reforçando a ideia de que diferentes técnicas de fabricação de pergaminhos estavam em uso no Oriente Médio antigo.

Fragmento de manuscrito do Mar Morto / Crédito: Getty Images

Tradição ocidental

Como destaca Ira Rabin, da Universidade de Hamburgo, o coautor do estudo publicado em 2019 na Science Advances, esse tipo de tratamento mineral se alinha mais à tradição ocidental de preparação de pergaminhos, o que é surpreendente para um manuscrito encontrado naquela localidade.

O pesquisador também aponta que a descoberta amplia a compreensão sobre os métodos antigos de produção e oferece a historiadores e conservadores "um novo conjunto de ferramentas analíticas para a classificação dos Manuscritos do Mar Morto e outros pergaminhos antigos."

Camadas distintas

O Pergaminho do Templo, ao contrário de outros manuscritos do Mar Morto, possui camadas distintas: uma orgânica, feita da pele de animais como cabras ou ovelhas, e outra inorgânica, composta pelos minerais aplicados possivelmente durante seu acabamento.

Como destacam os pesquisadores, compreender essa composição única não só ajuda na conservação adequada do documento, como também auxilia na detecção de falsificações e no aprofundamento do estudo das práticas culturais e tecnológicas de civilizações antigas.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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