Papa fala sobre crescimento de igrejas evangélicas no Brasil e ideologia de gênero
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O Papa Francisco, líder mundial da Igreja Católica Apostólica Romana desde 2013, refletiu sobre a situação atual da humanidade e também comentou sobre temas diversos, tal como a Terceira Guerra Mundial e o crescimento de igrejas evangélicas no Brasil e na Argentina, seu país de origem.
Durante duas horas e meia, o pontífice conversou com Jorge Fontevecchia, para o programa Periodismo Puro (via Perfil Brasil), e foi questionado acerca dos conflitos da humanidade gerarem um possível grande guerra.
"Há anos, venho dizendo que estamos vivenciando a Terceira Guerra Mundial aos poucos. A Síria está em guerra há 13 anos. O Iêmen está em guerra há 10 anos ou mais," afirmou. "A luta nunca parou desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a luta não parou".
Igrejas evangélicas
Quando comentou sobre o crescimento das igrejas evangélicas no mundo, de acordo com a Rolling Stone Brasil, o Chefe de Estado da Cidade Estado do Vaticano não se mostrou preocupado com a falta de representação da Igreja Católica em alguns setores.
"Uma piada. Tive duas reuniões aqui, quando o presidente Lula estava preso, com o pessoal dele, um grupo que trabalhava para a libertação dele. O chefe era o Celso Amorim e numa dessas reuniões veio uma teóloga brasileira, uma senhora de 45 anos, protestante, luterana, e no final falamos um pouco".
Eu disse a ela: 'Diga-me, como você lida com a questão dos deputados da Igreja do Reino de Deus.' E ela respondeu: 'Aquela Igreja do Reino de Deus não é evangélica, é demoníaca, porque é política. Eles usam o povo, tudo é pago lá, todo mundo é forte e de alguma forma eles buscam o poder".
Francisco também citou o Brasil como exemplo: "Acho que, em grande parte, essa divisão no Brasil tem que ser feita para se ter uma boa noção do que é político e do que é religioso. Existem movimentos religiosos que não são religiosos; são políticos. E há movimentos religiosos que são religiosos e não é fácil discernir. Mas [essa divisão] deve ser feita hoje em dia com o que você chamou de seitas evangélicas, movimentos evangélicos, em que alguns são religiosos e outros não são".
Discussão de gênero
Durante a conversa com Jorge, o papa se mostrou contra a ideologia de gênero, dizendo que "entra em jogo algo muito perigoso, a ideologia de gênero. É, de todas as colonizações ideológicas que estão acontecendo hoje, na minha opinião, a pior, porque despotencializa as diferenças e te leva a não haver diferenças quando o mais rico é o contraste das diferenças que te faz progredir”.
A ideologia de gênero é desastrosa. Não são as pessoas que, de alguma forma, estão dentro de outra coisa, mas a ideologia que simplifica, unifica, remove as diferenças”.
Afastamento da Argentina
Francisconão vai à Argentina há alguns anos, e ele atribuiu isso à política, justificando que, em 2017, iria visitar alguns países sul-americanos, mas no período, Michelle Bachelet estava em campanha eleitoral no Chile, então não poderia comparecer.
"Não posso visitar um país durante uma campanha eleitoral, me dói. Precisei deixar para depois a visita ao Chile e para ir a Buenos Aires teria que ir no final de dezembro ou início de janeiro, onde não dá nem para achar ninguém em Buenos Aires definido".
Além de tudo isso, o papa comentou acerca de sua relação com a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner e falou da família antiperonista, dentre outros assuntos diversos.
A entrevista completa estará disponível amanhã, 11, às 21h (horário de Brasília) e você poderá conferir no site Perfil.com. No Diário Perfil, a entrevista sairá no domingo, 12.