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Pé de lótus: as mulheres chinesas que fraturavam os próprios pés
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Pé de lótus: as mulheres chinesas que fraturavam os próprios pés

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Aventuras Na História
24/05/2023 21h42
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https://timnews.com.br/system/images/photos/15571202/original/open-uri20230524-18-v2f71t?1684964983
©Crédito: Jo Farrell / Divulgação
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Na China, muitas mulheres eram obrigadas a seguir um padrão de beleza até para seus pés. O pé de lótus, conhecido também como pé de chinesa, era uma prática que servia para controlar o tamanho dos membros inferiores das moças, que, segundo a tradição, deveriam medir entre 8 e 10 cm.

Acredita-se que o costume tenha surgido com dançarinos da corte da elite chinesa, durante o século 10, no período das Cinco Dinastias e Dez Reinos. Tornando-se comum, posteriormente, em toda a sociedade na dinastia Qing, o procedimento garantiria melhores casamentos: os homens se interessavam por mulheres com pés pequenos, o que explicaria a disseminação e persistência desse procedimento por tanto tempo na China.

Crédito: Reprodução

 

A romantização dos membros pequenos é, porém, ainda mais antiga. O conto Ye Xian escrito por Duan Chengshi, datado da dinastia Tang (aproximadamente 850), conta a história de uma garota que perdeu seu sapato e se casou com um rei que procurava sua dona — apenas seus pequenos pés caberiam no calçado. Essa história é um dos antecedentes da europeia Cinderela.

Os pequenos sapatos em que os pés das mulheres chinesas deveriam entrar / Crédito: Reprodução

 

Para atingir a forma de um botão de lótus, os pés eram firmemente atados com pedaços de tecido, os dedos enrolados na direção da sola e espremidos até que quebrassem. Isso impediria o crescimento e facilitaria a cicatrização do membro naquela posição, em um formato que lembra um triângulo.

Esse processo começava logo cedo, já na infância dessas meninas — entre seus quatro e nove anos, pois elas ainda não estavam totalmente formadas.

Crédito: Jo Farrell / Divulgação

 

Eram considerados símbolos de status e beleza, mas trouxeram consequências físicas graves. Ao viver assim desde crianças, elas tinham muita dificuldade em andar e caíam frequentemente. Além disso, poderiam ter deformações nos ossos do quadril e da coluna, assim como fraturas no fêmur.

A prática dolorosa foi banida apenas no século 20, mas algumas famílias continuaram amarrando os pés de suas filhas em segredo por muito tempo. Ainda hoje, idosas, principalmente das zonas rurais da China, mostram seus membros deformados e contam histórias da época que tinham um penoso padrão a seguir.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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