Pedrinho Matador queria assassinar o Maníaco do Parque
Aventuras Na História
Pedro Rodrigues Filho, de 68 anos, o assassino em série conhecido como Pedrinho Matador, foi encontrado morto no último domingo, 5, em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo.
Em entrevista para a TV Record, Pedrinho revelou que "gostaria" de matar o também serial killerFrancisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque, que ganhou notoriedade em 1990 após assassinar mulheres no Parque do Estado, na zona sul da capital.
No início da reportagem comandada pelo famoso jornalista e apresentadorMarcelo Rezende — que faleceu em 2017 devido a um câncer no pâncreas —, ele definiu Pedro Rodrigues como "explosão e ódio" e Francisco de Assis como "pragmático e a serviço da morte". Posteriormente, Pedrinho detalhou, ainda na prisão, o primeiro encontro que teve com o Maníaco do Parque:
Quando ele chegou, eu estava correndo no pátio. Ele passou com o choque [Tropa de Choque] para ir para o seguro [cela]. Ai um cara falou 'Pedrinho, você conhece esse maluco ai?', e eu respondi 'não, deve ser um preso novo'. Ai ele falou 'esse ai é o Maníaco do Parque'".
Ele acrescentou: "Não posso ver ele [Franciso de Assis] de longe que me da o maior nojo. Aquele estuprador que matou um monte de mulher. Me da nojo quando eu vejo esse cara, esse cara estraga a gente. Pode estar faltando um dia para eu ir embora [da cadeia] mas eu acabo com uma desgraça dessa, eu mando ele pro inferno".
Pedrinho Matador
Pedro Rodrigues nasceu em Santa Rita do Sapucaí (MG) e fugiu de casa quando tinha 9 anos. O início de sua vida na criminalidade começou aos 11, quando ele matou o traficante Jorge Galvão em Itaquera, zona leste da capital paulista. Já mais velho, mudou-se para a casa de parentes em Mogi das Cruzes, onde virou matador de aluguel.
Em agosto de 1986, Pedrinho declarou para uma matéria do Estadão que "matava por prazer", chegando a cerca de 100 vítimas, e que todos os delitos aconteceram de forma "natural":
[...] Não mexo com ninguém, levo minha vida. Mas se atravessarem meu caminho, mato mesmo. Não tenho nenhum arrependimento. Mato e é tudo natural. Todos que matei quiseram me desafiar, me enfrentar. Quando dou meu primeiro golpe, não me controlo mais. Sou assim mesmo. Mato, mato e mato".
As autoridades condenaram Pedrinho Matador, que passou a se identificar como "Pedrinho Ex-Matador com Jesus" em 2018, a quase 300 anos de prisão pelos seus crimes, incluindo o assassinato do pai. Porém, o Código Penal do Brasil não autoriza que o indivíduo cumpra pena privativa de liberdade por mais de 40 anos, havendo, portanto, modificações na sentença.
Maníaco do Parque
Francisco de Assis Pereira nasceu em Guaraci, São Paulo, e ganhou fama de serial killer na década de 1990, época que trabalhava como motoboy. Na ocasião, a polícia descobriu que ele atraía jovens com promessas de emprego, dizendo ser um caça-talentos de uma revista de moda.
Laudos da perícia mostraram que as 11 vítimas apresentavam marcas de mordidas na região dos seios. Elas foram espancadas, estupradas e mortas por estrangulamento. Além disso, em conversa acompanhada por Marcelo Rezende, o Maníaco descreveu seu primeiro crime e considerou os impulsos "canibais" e "malditos" que sentia:
[Na primeira vez] eu estava no Parque do Ibirapuera, tinha entre 28 e 29 anos, e aconteceu com uma garota chamada 'Pituxa'. Aconteceu o desejo. Nós entramos [no parque] e induzi ela a tirar a roupa. Houve um cariciamento no corpo dela [...] e foi dado um laço no pescoço".
Francisco foi preso em 1998 na fronteira do Rio Grande do Sul e da Argentina e confessou os crimes. A pena estabelecida foi de 268 anos, no entanto, ele deve sair da prisão até 2028.
Investigações
Conforme noticiado pelo portal G1, um boletim de ocorrência apontou que Pedrinho Matador foi encontrado morto com tiros e um corte na região do pescoço, na calçada da casa de um familiar. Um carro preto com três ocupantes teria estacionado e surpreendido o homem.
A Secretaria de Segurança Pública disse, em nota, que o caso foi registrado como homicídio qualificado e outros detalhes estão sendo apurados pelos agentes de segurança.