Perdido na floresta e criado por lobos: a saga de Dina Sanichar
Aventuras Na História
O livro The Jungle Book (O livro da selva, em tradução livre) foi publicado em 1894 por Rudyard Kipling, num conjunto de fábulas que narra as aventuras de um "menino lobo" criado na floresta, que enfatiza a falta de adaptação e o confronto entre a civilização e a natureza selvagem que o personagem passa.
Este clássico da literatura mundial também desenvolve o conflito filosófico entre a bondade natural, justificada por Jean-Jacques Rousseau, e a ideia famosa de que "o homem é o lobo do homem", difundida por Thomas Hobbes.
Mas, o que torna esse livro ainda mais curioso, é que ele foi inspirado na história real de um menino conhecido como "lobo indiano", chamado Dina Sanichar. Ele foi o garoto selvagem que teria inspirado Kipling na criação desses contos, que mais tarde seriam adaptados ao cinema, numa animação fantasiosa lançada pela Disney, chamada Mogli - O menino lobo. As informações são do site de notícias El País.
A descoberta de Dina Sanichar
Dina viveu durante o século 19 e sua história ficou conhecida depois que um grupo de caçadores o encontraram seguindo um bando de lobos, como se fizesse parte daquela matilha, em uma floresta localizada no estado de Uttar Pradesh, na Índia, em 1872.
Espantados com o que viram, o grupo de caça decidiu resgatá-lo. Para isso, eles o seguiram até uma toca em que a matilha descansava e decidiram atear fogo lá dentro, fazendo com que os lobos e o garoto saíssem correndo de lá. Com essa armadilha, conseguiram matar os lobos e capturar a criança.
O pequeno ser humano selvagem foi levado então para um orfanato, onde foi cristianizado e recebeu o nome de Dina Sanichar. O sociólogo francês Lucien Maison, em seu ensaio Les Enfant Sauvages (1964) relatou que o garoto, por ter sido criado por lobos em meio a um ambiente selvagem, teria adquirido hábitos peculiares.
Por isso, sua adaptação no mundo civilizado foi considerada demorada e incompleta. “Ele adquiriu o hábito de roer ossos para afiar os dentes e rejeitou as tentativas iniciais de se vestir. A única coisa que aprendeu durante os 20 anos em companhia humana foi ficar ereto, vestir-se com dificuldade e comer no prato e no copo", afirmou Maison em seu estudo.
Sanichar se comunicava através de rosnadas e grunhidos, exatamente como um lobo, embora não fosse mudo, só fazia sons de animais. As pessoas do orfanato tentaram trabalhar com o menino e aos poucos ele começou a se adaptar, mas nunca aprender a falar, e consequentemente, também nunca aprendeu a ler ou escrever
O pioneiro da equipe de Pesquisa Geológica da Índia, o antropólogo Valentine Ball, descreveu Dina Sanichar como o "animal selvagem perfeito de todos os pontos de vista". Seus estudos se dedicaram a entender como o treinamento da criança selvagem no hospício da cidade da Índia nunca surtiu o efeito esperado.
Apesar dos esforços que duraram mais de 20 anos, o plano de imposição social sobre o garoto não o levou a adquirir nenhum comportamento humano, exceto o fumo de tabaco, que Sanichar praticou até o fim da sua vida, quando morreu de tuberculose em 1895, aos 30 anos.
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