Pindamonhangaba: igreja que abrigou restos mortais de Dom Pedro I está fechada há anos
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Pindamonhangaba é uma cidade do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo, que tem uma grande importância na economia da região. Além disso, o município também tem uma importância histórica especial, já que foi a única cidade que não era uma capital a abrigar os restos mortais do imperador Dom Pedro I.
O corpo do imperador ficou na Igreja de São José da Vila Real, erguida na década de 1840, substituindo uma construção mais antiga no mesmo local, que datava de 1680 e corria risco de desmoronar. Agora, a igreja está em um estado de conservação preocupante, como mostrou o escritor e pesquisador Paulo Rezzutti, que já visita à região há cerca de 10 anos.
Eu venho para Pindamonhangaba desde 2013 ou 2014, por aí. Eu nunca peguei essa igreja aberta, e cada vez a fachada dela está pior. A gente pode ver aquela coluna, rachando, logo logo essa fachada toda tá [sic] no chão", disse o escritor e pesquisador Paulo Rezzutti sobre o estado da construção de quase 200 anos.
A igreja
A Igreja de São José da Vila Real foi inaugurada em 1848, tendo sido construída pelo padre João de Godoy Moreira e sua família, segundo o site iPatrimônio. Sua construção demorou 8 anos, sendo iniciada em 1840. Foi construída com a técnica de taipa de pilão, usando argila e cascalho.
Nessa construção estão até hoje sepultados 14 moradores da cidade de Pindamonhangaba e região que fizeram parte da Guarda de Honra do então Príncipe Regente Dom Pedro I.
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Segundo Paulo Rezzutti, esses homens se juntaram ao futuro imperador em sua viagem de 1822 para São Paulo, que culminaria na declaração da independência do Brasil de Portugal, no dia 7 de setembro. Um artigo no blog da Alesp informa que, cerca de duas semanas antes, o Príncipe Regente parou para descansar em Pindamonhangaba no dia 20 de agosto.
O 2º comandante interino da Guarda de Honra de Dom Pedro I era um dos homens da cidade que o acompanhou, o capitão-mor Manuel Marcondes de Oliveira e Mello, que depois seria barão de Pindamonhangaba.
Restos mortais
Aquele 20 de agosto de 1822 não seria a única vez que Dom Pedro I descansaria em Pindamonhangaba, mas talvez fosse a última em vida. Em 1972, quando os restos mortais do primeiro imperador do Brasil voltaram para o país em ocasião do aniversário de 150 anos da Independência, Pedro voltaria para a cidade do interior paulista.
No transporte do corpo de Lisboa, em Portugal, para a cripta do Ipiranga, na cidade de São Paulo, o imperador Dom Pedro I "pernoitou nessa igreja de 2 para 3 de setembro de 1972, junto com seus antigos companheiros de viagem antes de retomar o seu caminho para São Paulo", como explicou Paulo Rezzutti.
Dom Pedro I teve seu sepultamento definitivo no mausoléu do Ipiranga naquele mesmo ano. 11 anos depois, em 1983, a Igreja de São José da Vila Real foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).
Mesmo com o tombamento e com a grande importância histórica da igreja, a condição do local só piorou nos últimos anos. "Até quando o Brasil deixará largado o seu patrimônio e verá destruída a sua história?", perguntou Rezzutti.
Confira o vídeo do historiador Paulo Rezzutti mostrando a fachada da igreja em seu Instagram:
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