Portugal anuncia devolução de tesouros às ex-colônias
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Pedro Adão e Silva, o ministro da Cultura, anunciou que Portugal irá fazer um inventário de tesouros sob seu poder para devolvê-los às suas ex-colônias. A nação é considerada o primeiro império global. Além do Brasil, outras 14 colônias na África e na Ásia tiveram suas riquezas exploradas nos séculos 15 e 16.
Ao semanário “Expresso” desta sexta-feira, 25, a revelação foi feita, de fato. O ministro prometeu, na entrevista, criar um grupo de trabalho para elaborar a lista com os artefatos. O processo complicado será feito com o auxílio de acadêmicos e diretores de museus.
A publicação afirma que a discussão pode “abrir feridas com raízes históricas e causar desconforto”.
A forma eficaz para tratar este tema é com reflexão, discrição e alguma reserva. A pior forma de tratar este tema é criar um debate público polarizado, não contem comigo para isso. É preciso um trabalho que envolva os museus e a academia de uma inventariação mais fina, e posso garantir que esse trabalho será feito”, disse Silva.
Longo processo
Os especialistas envolvidos no projeto garantem que o processo será demorado, logo, não anunciaram nenhuma data para conclusão. Segundo o Expresso, via O Globo, os tesouros são “obras de arte, bens culturais, objetos de culto e até restos mortais ou ossadas retiradas das suas comunidades originais”.
Este debate foi reaberto por Portugal na esteira de uma onda que teve início com Emmanuel Macron, em 2018. Em tal ano, o presidente da França encomendou um inventário de devolução aos povos africanos. Outros países mostraram intenção de fazer igual, como a Bélgica, a Holanda, a Inglaterra e a Alemanha.