Presidente de El Salvador não devolverá homem que foi deportado por engano

Nesta segunda-feira, 14, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, se encontrou com Donald Trump no Salão Oval. Na ocasião, Bukele foi questionado por um repórter se consideraria libertar Kilmar Abrego Garcia — um cidadão salvadorenho que vivia em Maryland, mas que foi deportado indevidamente para lá no mês passado.

Bukele chamou a ideia de "absurda", embora a Suprema Corte dos EUA tenha pedido ao governo que "facilite" o retorno de Kilmar Abrego Garcia aos Estados Unidos, conforme repercute a Associated Press. 

Autoridades do governo Trump enfatizaram que Abrego Garcia era membro de uma notória gangue salvadorenha, a MS-13, em Nova York. No entanto, Garcia jamais viveu na cidade e, mesmo assim, foi enviado para uma prisão de gangues em El Salvador.

Bukele, que tem sido um parceiro vital do governo Trump em seus esforços de deportação, foi questionado sobre a soltura de Kilmar e respondeu: "é claro" que não o libertaria de volta ao solo americano.

A pergunta é absurda. Como posso contrabandear um terrorista para os Estados Unidos?", disse Bukele. "Não tenho o poder de devolvê-lo aos Estados Unidos."

"Acabamos de transformar a capital mundial do assassinato no país mais seguro do hemisfério ocidental. E vocês querem que voltemos a libertar criminosos, para que voltamos a ser a capital mundial do assassinato, e isso não vai acontecer". 

Presidente popular 

Desde março, El Salvador acolheu dos EUA mais de 200 imigrantes venezuelanos — acusados ​​pelo governo Trump de atividades de gangues e crimes violentos. Assim, eles foram colocados em prisões de segurança máxima no país, nos arredores da capital, San Salvador. 

Essa prisão faz parte do esforço mais amplo de Bukele para reprimir as poderosas gangues de rua, o que já ocasionou a prisão de cerca de 84 mil pessoas e o tornou extremamente popular em seu país.

Bukele fechou um acordo segundo o qual os EUA pagarão cerca de US$ 6 milhões para El Salvador prender os imigrantes venezuelanos por um ano, repercute a Associated Press. 

Porém, na semana passada, vale ressaltar, o Supremo Tribunal ordenou que a libertação de Abrego Garcia fosse "facilitada", visto que sua detenção em El Salvador se deu devido a um admitido "erro administrativo"; tornando sua prisão "ilegal", repercute o The Independent.