‘Quase morri’, afirma brasileira após ataque de cachorros no Atacama
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Clara de Oliveira, de 25 anos, precisou de cirurgia e transfusão de sangue após ser atacada por um grupo de cachorros em San Pedro de Atacama, no Chile. A brasileira, que mora há dois anos na cidade, trabalha como vendedora de passeio turísticos no meio do deserto.
Após ter sido transferida para a cidade vizinha de Calama para receber o tratamento médico necessário, Clara relatou à CNN Brasil que o ataque ocorreu na tarde da última quinta-feira, 4, na rua de sua casa, localizada na região central de San Pedro.
Moro em uma rua bem movimentada, com escola, mas eram duas da tarde, e as pessoas não ficam na rua nesse horário por causa do Sol, que é muito forte aqui. Não tinha ninguém na rua e nenhum carro passando. Primeiro fui atacada por um cachorro pequeno, que mordeu só minha calça. Eu gritei e ele saiu correndo”, explicou a jovem brasileira.
“Continuei andando e ele voltou acompanhado com cerca de 8 a 10 cachorros, que me atacaram por trás e me derrubaram. Fiquei de oito a dez minutos sendo mordida e arrastada de um lado para o outro pelos cachorros até alguém escutar”, disse Clara à CNN Brasil.
Ataques frequentes
Ela disse não se lembrar muito bem do ocorrido, mas explicou que foi salva por um motorista que, ao presenciar o ataque, avançou com o carro em direção aos cachorros para assustá-los. “Não lembro muito bem como foi o ataque, porque fui desmaiando de dor, acordando no meio do processo, tentando espantá-los para não pegarem meu rosto. Por isso meu braço está bem mordido”, disse ela.
Quase morri. Se o motorista não tivesse chegado naquele minuto… eu já estava esperando que me matassem, lembro que pensava muito para me matarem logo, que fosse rápido, porque eu estava em estado de desespero no chão e não tinha mais forças para gritar, então eu queria que acabasse logo, porque eu achava que ninguém ia passar”, concluiu a brasileira.
Segundo Clara, esta não é a primeira vez que pessoas são atacadas por cachorros na cidade de San Pedro de Atacama. Em outubro do ano passado, a guia de turismo Daniela Gamboa, de 27 anos, morreu após ser atacada por uma matilha. Naquele mesmo mês, um menino de 5 anos também foi atacado e perdeu uma de suas orelhas.
Esclarecimentos
Em resposta à CNN Brasil, a prefeitura da cidade prometeu bancar os gastos médicas da brasileira. Além disso, Sebastián Carreño, Diretor de Segurança Pública do município, disse ter reconhecido a matilha em imagens de segurança: “Alguns cachorros que a atacaram são selvagens e alguns são de domicílios particulares. Fomos ao domicílio do dono de alguns, mas ninguém atendeu. Isso dificulta a fiscalização. Os vizinhos se protegem e dizem que os cachorros são da rua”, explicou Carreño.
Ele também admitiu que a situação não foi tratada com a devida seriedade nos últimos anos. “Estamos tomando as rédeas do assunto e uma determinação foi publicada nesta segunda (8), endurecendo as multas para os donos e responsáveis por cachorros [que ataquem a população]”.