Rei Charles III: Em visita ao Quênia, monarca é questionado sobre passado colonial
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Na última terça-feira, 31, o rei Charles III, acompanhado da a rainha Camilla, deu início a uma viagem de quatro dias pelo Quênia, na África Oriental, onde foi questionado sobre o domínio colonial britânico, que durou de 1895 a 1963.
Segundo repercutiu o jornal O Globo com informações do The New York Times, o monarca está sob pressão de anciãos, ativistas e grupos de direitos humanos para que assim corrija injustiças históricas, pague indenizações para os que foram torturados e tirados de suas terras ancestrais e se desculpe.
Apesar disso, na noite de ontem, durante um jantar de Estado, Charles III disse em discurso: “Os erros do passado são causa da maior tristeza e do mais profundo arrependimento. Houve atos de violência abomináveis e injustificáveis cometidos contra os quenianos”, e completou:
E para isso, não há desculpa. Ao voltar ao Quênia, é muito importante para mim aprofundar minha própria compreensão desses erros e conhecer algumas das pessoas cujas vidas e comunidades foram tão gravemente afetadas.”
Após isso, em discurso, William Ruto, presidente do Quênia, elogiou o posicionamento do rei Charles III por sua "coragem exemplar e disposição para esclarecer verdades incômodas que residem nas regiões mais sombrias de nossa experiência compartilhada". Além disso, William disse:
Embora tenha havido esforços para expiar a morte, os ferimentos e o sofrimento infligidos aos africanos quenianos pelo governo colonial, ainda há muito a ser feito para obter reparações completas.”
Outros detalhes
O Quênia, país da África Oriental, é uma república que pertence à Comunidade Britânica, que é presidida pelo rei Charles III e conta com 56 países em cinco continentes. Vale destacar que a Comunidade Britânica nasceu de traços do Império Britânico.
O Reino Unido já expressou arrependimento pelos abusos cometidos no Quênia, apesar de nunca ter se desculpado diretamente. Há uma década, o país da Europa teve que pagar aproximadamente 20 milhões de libras, cerca de R$ 122 milhões, para mais de 5 mil pessoas que sofreram abusos durante a revolta dos Mau Mau, após uma ação judicial.