Reino de Judá estava infestado com diarreia mortal, diz estudo
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Os primeiros banheiros em Israel mostram que o Reino de Judá estava repleto de diarreia mortal, apontam pesquisadores da Universidade de Cambridge. Para isso, os especialistas coletaram amostras de fezes antigas de duas latrinas de Jerusalém quem datam de cerca de 1.500 anos e que fizeram parte dos alojamentos da 'elite'.
Lá, os estudiosos encontraram vestígios de um microrganismo unicelular chamado Giardia duodenalis — que é uma causa comum de disenteria debilitante comum em humanos atualmente.
A inflamação intestinal, além disso, pode levar a quadro de diarreia grave com muco ou sangue nas fezes, assim como pode causar crescimento atrofiado, problemas na função cognitiva e até mesmo resultar em morte.
Os pesquisadores de Cambridge apontam que as amostras das fezes fornecem o exemplo mais antigo que temos desse parasita causado da diarreia infectando humanos em qualquer parte do mundo, repercute o Daily Mail.
"Isto fornece nossa primeira evidência microbiológica para doenças diarreicas infecciosas que teriam afetado as populações do Antigo Oriente Próximo", afirmam no estudo. "Parece provável que surtos de disenteria devido à giardíase possam ter causado problemas de saúde nas primeiras cidades da região".
A maioria das pessoas que morrem de Giardia são crianças, e a infecção crônica neste grupo pode levar a crescimento atrofiado, função cognitiva prejudicada e déficit de crescimento", apontam.
O Reino de Judá
Fundado por volta de 930 a.C., o Reino de Judá teve Jerusalém como capital — embora a própria cidade seja mais antiga, afinal, estima-se que a Cidade Velha de Jerusalém tenha sido continuamente habitada por quase 5 mil anos.
As amostras fecais vieram do sedimento embaixo dos banheiros encontrados em dois complexos de edifícios que ficavam dentro e ao redor da Cidade Velha, ambos datados do século 7 a.C..
O primeiro banheiro está localizado na Casa de Ahiel, uma típica habitação israelita com as muralhas da Cidade Velha, enquanto o outro, Armon ha-Natziv, que fica muito mais ao sul.
"Ao contrário dos ovos de outros parasitas intestinais, os protozoários que causam disenteria são frágeis e extremamente difíceis de detectar em amostras antigas através de microscópios sem o uso de anticorpos", explicou Tianyi Wang, autor da pesquisa.
No estudo, publicado na revista Parasitology, os pesquisadores apontam que seus resultados sugerem que surtos de disenteria devido ao parasita giardíase "provavelmente causaram problemas de saúde nas primeiras cidades da região".
Concluímos que as limitadas tecnologias de saneamento disponíveis na época, a escassez de água potável na maior parte do ano, a densidade populacional dessas cidades e as moscas domésticas generalizadas tinham o potencial de contribuir para a infecção", completam.