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Reuniões LGBTQ+ podem ser proibidas por emenda constitucional na Hungria
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Reuniões LGBTQ+ podem ser proibidas por emenda constitucional na Hungria

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Aventuras Na História
14/04/2025 12h28
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©Getty Images
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Nesta segunda-feira, 14, deve ocorrer na Hungria a votação de uma polêmica emenda constitucional apoiada pelo primeiro-ministro, Viktor Orbán, que pode acarretar na proibição de reuniões de grupos LGBTQ+. Essa emenda é apoiada por Orbán e seu partido populista de direita, Fidesz, e complementa a recente proibição do governo aos eventos do Orgulho.

A emenda, segundo o governo, busca proteger o desenvolvimento físico, mental e moral das crianças, além de consagrar o reconhecimento de apenas dois sexos, o que fornece uma base constitucional para negar identidades de gênero de alguns. Essas medidas, para Orbán, buscam minar a interferência estrangeira no país, e permite também a suspensão temporária da cidadania húngara de cidadãos de dupla nacionalidade, que sejam considerados uma ameaça à segurança ou soberania do país.

A emenda foi descrita pelo Comitê Húngaro de Helsinque, um grupo de direitos humanos, como uma forma de "legislar sobre o medo" no país. "Essas leis representam uma escalada significativa nos esforços do governo para reprimir a dissidência, enfraquecer a proteção dos direitos humanos e consolidar seu poder", afirmou comunicado.

Além disso, o partido de oposição, Momentum, destacou semelhanças entre as restrições com o caso da Rússia, onde Putin também buscou se apresentar como defensor dos valores familiares tradicionais, e implementou políticas que impediam a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, bem como a menção de questões LGBTQ+ em programas educacionais escolares.

Por isso, recentemente o Momentum lançou em suas redes sociais um apelo para que os húngaros se reunissem ao bloqueio ao parlamento, com a esperança de impedir a votação da lei. "Vamos coletivamente impedi-los de nos levar pelo caminho de Putin e nos privar da nossa liberdade", afirma o comunicado.

Viktor Orbán / Crédito: Getty Images

Pressão contra LGBTQ+

Conforme repercute o The Guardian, a emenda constitucional deve ser aprovada agora, quase um mês após a aceleração da tramitação de uma lei que proibia eventos públicos realizados por comunidades LGBTQ+. Desde então, milhares de húngaros têm ido às ruas, bloqueando pontes e vias principais com gritos de "democracia" e "reunião é um direito fundamental".

"Este governo não está apenas desmantelando a democracia tijolo por tijolo, agora está atacando com uma escavadeira", disse em um comício recente o parlamentar Ákos Hadházy, que faz campanha ao lado do Momentum. "Estamos aqui porque precisamos agir rápido para avançar e impedir isso".

Segundo o The Guardian, Orbán e seu governo alegam que o objetivo que possuem é de proteger as crianças do que chamam de "propaganda sexual". No entanto, analistas apontam que esse argumento pode ser apenas uma forma de mobilizar sua base conservadora.

Há muito tempo, Orbán é visto como uma figura política controversa, enfrentando críticas por enfraquecer instituições democráticas e minar gradualmente o Estado de Direito. Quando a proibição do Orgulho foi divulgada no mês passado, 22 embaixadas europeias no país emitiram uma declaração conjunta alegando estar profundamente preocupadas que a legislação acarretasse em "restrições ao direito de reunião pacífica e à liberdade de expressão".

Além disso, grupos de direitos humanos também destacaram a "gravidade e a urgência das consequências das mudanças adotadas" pelo governo húngaro, observando que elas "obrigariam as pessoas LGBTQ+ a se afastarem completamente da vida pública". Esta pode ser a primeira proibição do gênero na história recente da União Europeia.

Por fim, os grupos também afirmaram que a emenda vai além da simples violação dos direitos das pessoas LGBTQ+ e daqueles que as apoiam, mas também é uma ferramenta para incutir ainda mais medo entre os que expressam dissidência no país. "As mudanças têm consequências abrangentes que afetam direitos fundamentais muito além da questão do Orgulho", afirmam.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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