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Rio na Amazônia atinge quase 100ºC e cozinha animais vivos
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Rio na Amazônia atinge quase 100ºC e cozinha animais vivos

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Aventuras Na História
01/09/2025 21h03
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No coração da floresta amazônica, no Peru, corre um rio que desafia o senso comum e intriga cientistas do mundo inteiro. Conhecido como Shanay-timpishka, que significa “fervido pelo calor do sol” em idioma indígena, esse curso d’água é capaz de ferver pequenos animais vivos, atingir temperaturas de até 100 °C e transformar completamente o ecossistema ao seu redor.

Apesar do nome, não é o sol o responsável pelo calor extremo. O fenômeno ocorre porque o rio percorre falhas geológicas profundas, por onde a água subterrânea quente, vinda das entranhas da Terra, aflora à superfície. Segundo o geocientista peruano Andrés Ruzo, que estuda o local há anos, a água pode atingir níveis tão extremos que um simples contato pode causar queimaduras de segundo ou terceiro grau em segundos.

Você coloca a mão dentro e verá queimaduras em questão de segundos”, afirmou em entrevista ao The Sun.

Ruzo descreve de forma impactante o destino dos animais que por acaso caem no rio: “A primeira coisa a se perder são os olhos. Eles ficam com uma cor branco-leitosa. Eles tentam nadar para fora, mas a carne vai cozinhando nos ossos porque está muito quente”.

Monitoramento

Em 2024, uma equipe internacional de cientistas instalou 13 sensores ao longo do rio para monitorar as temperaturas do ar e seus efeitos no ecossistema ao redor. Enquanto áreas mais frescas registraram médias de 24 °C, nas partes mais próximas ao rio, os termômetros chegaram a quase 45 °C. Essa diferença térmica intensa revelou um impacto direto na vegetação: quanto mais quente o local, menor a diversidade de plantas.

“Mesmo sendo muito úmido, a vegetação parecia bem mais seca”, relatou Alyssa Kullberg, do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne. Algumas espécies desaparecem completamente, enquanto outras, mais resistentes ao calor, tornam-se predominantes. Árvores como a Ceiba conseguem resistir, mas espécies mais sensíveis, como a Guarea grandifolia, sofrem com o estresse térmico.

Para os pesquisadores, o Shanay-timpishka funciona como um laboratório natural para entender como a Amazônia pode reagir às mudanças climáticas. “À medida que a temperatura aumenta, mesmo se houver disponibilidade de água, a capacidade de fotossíntese das plantas pode diminuir”, explicou Rodolfo Nóbrega, da Universidade de Bristol.

Importância

Além de sua relevância científica, o Shanay-timpishka tem importância espiritual para as comunidades locais, que o consideram um local sagrado. A preservação desse ecossistema, segundo especialistas, é vital não apenas para o Peru ou a Amazônia, mas para o equilíbrio climático global. “Se a floresta desaparecer, muito do carbono vai para a atmosfera e isso vai afetar o clima. Não é apenas local, é global”, alerta Chris Boulton, da Universidade de Exeter.

Segundo o UOL, o rio fervente, escondido no coração da Amazônia, é ao mesmo tempo maravilha natural e sinal de alerta. Um lembrete poderoso de que proteger a floresta é proteger o planeta.


*Sob supervisão de Fabio Previdelli

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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