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Segundo estudo, pirâmides egípcias podem ter abrigado trabalhadores e servos
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Segundo estudo, pirâmides egípcias podem ter abrigado trabalhadores e servos

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Aventuras Na História
27/03/2025 20h03
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16492771/original/open-uri20250327-18-jqo455?1743108836
©Divulgação/Journal of Anthropological Archaeology
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Por séculos, historiadores acreditaram que as pirâmides egípcias eram construídas exclusivamente como grandes tumbas para a elite e os poderosos. No entanto, novas pesquisas no antigo sítio arqueológico de Tombos, no atual Sudão, desafiam essa visão tradicional.

Um estudo recente, publicado no Journal of Anthropological Archaeology, revela que trabalhadores de status inferior também foram enterrados em tumbas piramidais, ao lado da elite, contrariando a crença de longa data sobre a estratificação social nas práticas funerárias antigas.

Tombos, localizada ao longo do Rio Nilo, era um local importante na antiga região da Núbia. O Egito conquistou a área por volta de 1400 a.C. e estabeleceu Tombos como um assentamento colonial para exercer controle sobre a Núbia. Indivíduos ricos eram tipicamente enterrados em tumbas piramidais, embora em uma escala menor do que as gigantescas pirâmides de Gizé.

Uma reavaliação recente de 110 esqueletos humanos no local lançou luz sobre a composição dos indivíduos enterrados nesses monumentos. Arqueólogos examinaram as mudanças entesais nos ossos, que indicam níveis de trabalho físico. O estudo revelou que indivíduos com pouco desgaste entesal, provavelmente membros da elite, compartilhavam tumbas com esqueletos que apresentavam extensas mudanças entesais, indicativas de trabalho pesado.

"Não podemos mais assumir que indivíduos enterrados em tumbas [pirâmides] grandiosas são a elite", escreveram os autores do estudo. "De fato, os membros mais trabalhadores das comunidades estão associados aos monumentos mais visíveis."

O estudo propõe várias explicações possíveis para o enterro conjunto de trabalhadores e elite. Uma delas é que os administradores colonizadores impuseram a hierarquia social até mesmo no enterro, organizando o cemitério para refletir seu controle. Outra possibilidade é que indivíduos de estratos mais baixos desejavam ser enterrados em tumbas piramidais para ganhar status, proteção mágica e inclusão no culto funerário do empregador de elite.

Sarah Schrader, professora associada de arqueologia na Universidade de Leiden e autora do estudo, sugere que as mesmas práticas de sepultamento podem ter ocorrido no próprio Egito, mas são necessárias mais pesquisas. Ela enfatiza a necessidade de repensar suposições anteriores, pois novas descobertas redefinem continuamente nossa compreensão das sociedades antigas.

Outra descoberta

Segundo o 'Archaeology News', a pesquisa também descobriu que a dinâmica social e cultural em Tombos era mais complexa do que se acreditava anteriormente. Embora os túmulos de pirâmides de estilo egípcio abrigassem indivíduos da classe trabalhadora e de alto status, outros túmulos na área revelaram variações adicionais.

Os enterros de estilo núbio, por exemplo, tinham pontuações de entesal relativamente baixas, o que sugere que os indivíduos enterrados em tais túmulos podem ter tido ocupações menos exigentes fisicamente, embora se identificassem como núbios durante o período colonial egípcio.

Além disso, o estudo determinou que o status de migração não foi um fator importante na seleção de práticas de sepultamento. Moradores locais e não locais exibiram a mesma atividade física, indicando que o status socioeconômico, em vez de etnia ou origem, foi um fator decisivo nas designações de trabalho e práticas de sepultamento.

Essa descoberta gerou controvérsia entre pesquisadores sobre suas implicações mais amplas para nossa compreensão das práticas funerárias do antigo Egito e da Núbia. O estudo destaca a necessidade de reanalisar evidências arqueológicas, reconhecendo que cidades coloniais do Novo Reino, como Tombos, eram socioeconomicamente mais complexas do que se presumia anteriormente.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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