Soldados russos capturados pela Ucrânia revelam 'medo, dor e decepção'
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Um grupo de soldados russos capturados pelo inimigo e convertidos em prisioneiros de guerra enquanto lutavam na Ucrânia deu uma entrevista recente à CNN a respeito de sua experiência no conflito.
Na conversa, eles citam artilharias com defeito, mentiras contadas por seus superiores e uma situação de desmoralização generalizada entre as forças enviadas pelo Kremlin para invadir o território ucraniano.
Não tínhamos moral. Esperávamos manter a linha de defesa, como nos foi prometido. Disseram-nos que Wagner PMC (companhia militar privada) era o envolvido em hostilidades ativas. E que seríamos os estacionados nos territórios libertados, como nos foi explicado anteriormente", relatou um militar identificado como "Slava".
O homem estava na prisão devido a uma sentença relacionada a tráfico de drogas quando a Rússia invadiu a Ucrânia, e aceitou lutar quando lhe foi prometido que seus crimes seriam perdoados caso participasse do confronto.
Ainda de acordo com a CNN, no entanto, Slava apenas teve duas semanas de treinamento militar antes de ser enviado à batalha.
Propaganda versus realidade
Outro detalhe é que, até ali, ele apenas soubera informações sobre a invasão através dos canais televisivos russos controlados pelo governo do país, de forma que havia acompanhado o evento através das lentes da propaganda política do Kremlin.
A realidade, porém, era bem diferente, e ele não foi o único a sentir esse choque de narrativas: Sergei, outro entrevistado, expressou a mesma questão.
Foi muito diferente do que eu via na TV. Realidade paralela. Senti medo, dor e decepção em meus comandantes", relatou o homem, que, diferente de Slava, era um mercenário.